Por Basília Rodrigues
CBN
Mais de 30 denúncias apontando o envolvimento de
policiais nas mortes registradas nos últimos dias no Espírito Santo foram
registradas na Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. A CBN apurou que,
segundo moradores do estado, não apenas policiais militares, mas outras forças
de segurança, como policiais civis e guardas municipais podem estar envolvidos
nos assassinatos provocados pela onda de insegurança no estado. Até o momento,
mais de 140 pessoas foram mortas.
Jovens, entre 17 e 26 anos, negros e da periferia
são as vítimas mais frequentes, em ações parecidas, segundo a Secretaria de
Segurança capixaba. A Ouvidoria, que funciona pelo disque 100, tem recebido
ligações desde o início da crise, que dura dez dias. O órgão federal, que é
ligado ao Ministério da Justiça, está em contato com o IML do estado.
O próximo passo é cruzar as denúncias com a lista de
mortos, que aos poucos vão sendo identificados pelas autoridades locais. A
ouvidora nacional de direitos humanos, Irina Bacci, reuniu relatos, vídeos,
notícias de jornais, tudo que possa trazer indícios de quem está matando no
Espírito Santo. A ligação com grupos policiais, milícias em emboscadas,
assassinatos para ela é clara:
'A gente já recebeu denúncias de envolvimento de
policiais em algumas dessas mortes, considerando, inclusive, que o estado do
Espírito Santo tem infelizmente histórico de milícias, como o Le Coq, lá em
2001, que foi alvo de estudo sobre o assunto, e que agora nos remonta a
algumas das situações a uma prática que já era muito comum naquela época.'
Muitos desses assassinos se veem como justiceiros,
salvadores, em que vale o lema do ‘bandido bom, bandido morto.’ Em conjunto com
a ouvidoria, defensores públicos tem feito plantão no Tribunal de Justiça
local, para coletar mais denúncias. A Policia Federal e a Polícia Civil do
estado estão numa força-tarefa para combater a ação desses grupos, como revelou a CBN.
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