terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Terror na ilha privada: Crime imputado a Sarney pela PGR prevê pena de 1 a 3 anos de prisão

JM Cunha Santos



Para a Justiça, um dos crimes mais condenáveis é a obstrução da própria Justiça. E é nesse que o senador José Sarney está enredado, conforme pedido de abertura de inquérito feito pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot que, além de Sarney, inclui os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros e o ex-presidente da na Transpetro, Sérgio Machado. Este último, de acordo com sua própria delação, teria pago propinas que alcançaram o valor de R$ 18,5 milhões ao ex-senador maranhense. Machado gravou conversas em que Sarney, Jucá e Renan planejaram a obstrução para livrar políticos do PMDB e do PSDB, membros da organização criminosa que saqueou a Petrobrás, das malhas da Justiça.
Desde que o site da PGR divulgou o pedido, o desassossego, o desalento e o terror tomaram conta da Ilha privada de Curupu. Sarney, que ao lado do senador Renan Calheiros, este respondendo a 12 inquéritos no STF, intentava emplacar seu correligionário Edison Lobão na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mais uma vez no ímpeto de obstruir a Justiça, muito especialmente a Lava Jato, vai ter agora que cuidar de seu próprio problema. O artigo 329 da Lei 2.848 prevê pena de 1 a 3 anos de prisão para o crime imputado pela Procuradoria Geral da República a Sarney, Renan, Jucá e Sérgio Machado.
Difícil para Sarney é suportar o olhar desalentado da filha Roseana, acusada pelo ex-executivo Paulo Roberto Costa, na Lava Jato, de receber R$ 2 milhões da corrupção na Petrobras, a pedido do próprio Lobão que Sarney queria na CCJ do Senado. Sarney, que por via do tráfico de influência conseguiu anular todas as provas da “Operação Boi Barrica” contra outro filho, Fernando, é ele próprio réu, agora e num processo que inclui Sérgio Machado, o homem que o acusa de ter recebido propinas que atingiram o valor de R$ 18,5 milhões, dos quais R$ 16 milhões em dinheiro vivo. Perde, assim, toda a influência e Roseana Sarney se desespera, até porque foi indiciada num processo sobre isenções fiscais criminosas envolvendo a Secretaria de Estado da Fazenda, no Maranhão.

E são tantas as denúncias que Sarney, acostumado a mexer os pauzinhos, vai ter que movimentar uma madeireira inteira para livrar a si mesmo, membros da família e correligionários dessa nova Justiça que manda corruptos para a cadeia no Brasil.

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