Por Mariana Oliveira e Fabiano Costa,
G1, Brasília
A Procuradoria Geral da República (PGR) investiga
dois saques feitos pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que
somaram R$ 300 mil. Um dos saques foi feito em dezembro de 2012 e o outro em
dezembro de 2014.
Em uma das transações, o peemedebista sacou R$ 200
mil, de uma vez só, em uma agência do Banco do Brasil em Maceió. Na outra, ele
pegou na boca do caixa R$ 100 mil em outra agência do BB, em Brasília.
Os dois saques foram relatados ao Banco Central
pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). As informações
fazem parte de um dos nove inquéritos da Operação Lava Jato que Renan é alvo no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta investigação, a PGR apura se o senador do
PMDB e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) receberam propina por meio de
doações eleitorais para influenciar na contratação da empresa Serveng Civilsan
pela Petrobras.
Em nota enviada pela assessoria, Renan Calheiros
disse que suas contas são auditadas desde 2007 e nenhuma irregularidade foi
encontrada até o momento. Ele também criticou vazamentos que, segundo ele,
tentam "dar ar de denúncia" a saques legais feitos em contas pessoais
(leia a íntegra da nota ao final desta reportagem.
Renan e Aníbal Gomes foram denunciados ao STF,
em dezembro, por conta da suspeita de que cometeram lavagem de
dinheiro e corrupção passiva para beneficiar a fornecedora da Petrobras.
O diretor da Serveng Civilsan Paulo Twiaschor
também foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por
corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Aníbal Gomes tem negado as irregularidades. Já a
fornecedora da Petrobras disse, à época da denúncia, que recebeu com
"indignação" a denúncia contra um de seus executivos.
Saques
Segundo o relatório da Lava Jato elaborado com
informações do Coaf, Renan Calheiros sacou R$ 100 mil em espécie no dia 27 de
dezembro de 2012. A transação bancária ocorreu em uma agência do Banco do
Brasil na capital federal.
A PGR especificou que a conta da qual foi sacado o
dinheiro era de titularidade do próprio Renan.
Dois anos depois, uma outra operação do senador do
PMDB alertou mais uma vez o sistema do Coaf. Em 30 de dezembro de 2014, o
parlamentar sacou, em uma agência do Banco do Brasil, em Maceió, R$ 200 mil.
O relatório da Lava Jato ressalta que, às 10h45
daquele dia, o dinheiro foi transferido pela Agropecuária Alagoas Ltda para a
conta corrente de Renan Calheiros. O peemedebista é o dono da agropecuária.
Ainda de acordo com a PGR, Renan sacou
integralmente o valor da conta corrente às 15h05.
Nota
Leia a nota enviada por Renan Calheiros:
Minhas contas são auditadas pela Receita desde 2007
e nunca foi encontrada qualquer irregularidade. Simplesmente porque não há
nenhum centavo em minhas contas que não tenha origem lícita. Crime são esses
vazamentos seletivos de dados sigilosos, que tentam dar ar de denúncia até
mesmo para saques legais em minhas contas pessoais.
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