Executivos da Odebrecht revelaram à força-tarefa da Lava Jato
que repasses ocorreram entre 2008 e 2009 e que outros 3% do valor do contrato
foram destinados ao grupo do então deputado Valdemar da Costa Neto (PR)
Estadão
O grupo político do ex-presidente José Sarney
(PMDB-AM) é citado nas delações dos executivos da Odebrecht como beneficiário
de recebimento de propina relativa à obra da Ferrovia Norte-Sul, executada pela
empreiteira e conduzida pela empresa pública Valec Engenharia, vinculada ao
Ministério dos Transportes.
De acordo com as delações de Pedro Augusto Carneiro
Leão Neto e João Antônio Pacífico Ferreira, pessoas ligadas ao ex-presidente
receberam entre 2008 e 2009 cerca de 1% sobre o contrato da obra, representado
por Ulisses Assada, diretor de engenharia da Valec. Outros 3% seriam destinados
ao grupo político do ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PR), liderado por José
Francisco das Neves, o ‘Juquinha’.
As informações constam do pedido de abertura de
inquérito contra o deputado federal Milton Conti (PR-SP), que ‘teria atuado na
cobrança de vantagem indevida, sendo a propina paga por meio do Setor de
Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht’.
Os depoimentos que envolvem Sarney serão enviados à
Justiça Federal de Goiás, onde já há apuração sobre a Valec.
Obra. O projeto da Ferrovia Norte-Sul, que liga
Anápolis (GO) a Palmas (TO), foi iniciada no governo de José Sarney. Mais de 20
anos depois, o projeto foi ampliado pelo Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, ele prevê
ligar Açailândia, no Maranhão, até Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
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