terça-feira, 2 de maio de 2017

Governador do Maranhão pede que PF também atue na investigação de ataque a indígenas

Flávio Dino (PC do B) disse que já pediu ao Ministério da Justiça a atuação da Polícia Federal, uma vez que se trata de disputa de terras que podem precisar de demarcação
O Estado de S.Paulo


O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), disse que pediu ao Ministério da Justiça que a Polícia Federal também atue na investigação do ataque a indígenas em conflito de terras, que deixou 13 feridos, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). "Uma vez que se trata de disputa derivada de terras que seriam indígenas, que precisam de demarcação ou não, como é uma competência federal, a Polícia Federal também deve atuar", disse o governador nesta terça-feira, 2, em entrevista à rádio Eldorado. "Esperamos que a ação conjunta resulte numa solução".
O crime aconteceu no último domingo, na cidade de Viana, a 214 quilômetros de São Luís. O Cimi disse, em nota, que dezenas de índios da etnia gamela deixavam uma área reivindicada no povoado de Bahias, interior de Viana, quando foram surpreendidos por homens armados. O grupo de pistoleiros seria ligado a fazendeiros. 
O secretário de segurança, o comandante da polícia e o delegado geral estão a caminho de Viana para acompanhar os primeiros depoimentos, informou o governador.  "O que nos cabe é fazer inquérito policial, entregar ao Ministério Público e todas as pessoas que praticaram violência serão identificadas", disse Dino.
A princípio, o governo disse que seriam apenas 7 vítimas, diferente do que informou a Cimi. Segundo o governador, esse é o número de feridos que deram entrada no hospital. 
"Foram hospitalizadas 7 pessoas. Claro que o conjunto de situações ainda vai ser esclarecido no inquérito", disse Dino. Ainda de acordo com o governador, 4 vítimas já tiveram alta e 3 permanecem internadas. Duas das vítimas passaram por cirurgia nesta segunda-feira. 
Líderes indígenas cobram do governo do Estado e da Fundação Nacional do Índio (Funai) proteção para as famílias gamelas. Durante a entrevista, Dino disse ainda que o conflito já dura pouco mais de um ano e que, em agosto de 2016, o governo do estado pediu que a Funai fizesse o estudo da área para saber da necessidade de demarcação do território. "Infelizmente, em outubro de 2016, a Funai nos informou que não poderia fazer o estudo porque não havia verbas no governo federal para essa finalidade", disse Dino. "Infelizmente, houve inclusive a presença de políticos na região que insuflaram atos de violência e resultou nessa tragédia."

O governador disse que, diante da falta de verba, o governo estadual se dispõe a pagar pelo estudo. "Se a Funai disser que não tem mesmo dinheiro, nem o governo federal, eu em disponho até a pagar", afirmou Dino, que disse ser "uma situação difícil", que "envolve uma centena de pessoas, pequenos proprietários, posseiros, indígenas". "Se for esse o problema, nós queremos é que esclareça. Não pode o governo do estado ficar administrando uma situação que envolve uam competencia que não é nossa", disse. 

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