quarta-feira, 3 de maio de 2017

O PT reage à violência social que emerge no governo Temer

JM Cunha Santos


A bancada do PT no Senado emitiu nota em que registra uma sucessão de atos de violência ocorridos nos últimos dias, inclusive a violência oficial que reage às manifestações de professores e estudantes, à greve geral que parou o Brasil. Violência que não se resume aos conflitos de terras, ocorridos no Mato Grosso, onde trabalhadores rurais foram chacinados por supostos capangas de fazendeiros armados até os dentes e no Maranhão, onde índios foram atacados e feridos a bala e a golpes de cutelos também  por capangas fortemente armados, conforme informações do Conselho Indigenista Missionário.
Tragédias anunciadas. No Maranhão, o governador Flávio Dino já havia enviado, desde o ano passado, ofício pedindo a intervenção da Funai na região e a demarcação das terras indígenas. A nota informa que a Funai não agiu a tempo porque sucateada por cortes de verbas e condena o discurso inominável do deputado federal maranhense Aloísio Mendes que preferiu tratar as vítimas de “supostos indígenas”, conforme o PT incentivando a violência contra os originários desta terra.
Na nota, a bancada do PT no Senado diz que o golpe de 2016 (a queda de Dilma Roussef e ascensão ao poder de Michel Temer) criou um estado de exceção dedicado a reprimir violentamente movimentos sociais, estudantes, professores, indígenas e qualquer um que se manifeste contra o golpe e as reformas. E mais: avisa que o governo ilegítimo pretende liberar a venda de terras a estrangeiros e permitir a mineração na Amazônia, inclusive nas terras ancestrais.
Violência após violência, duas delas estão sendo consumadas: a Reforma Trabalhista e a intragável Reforma da Previdência que motivaram a greve geral no país, inclusive com os votos de maranhenses como José Sarney, Edison Lobão e Roberto Rocha.
Sempre coerente com suas ideias e posições políticas, o governador Flávio Dino anunciou, através de sua conta no twitter que está sendo investigada a possível participação de políticos no ataque aos índios Gamela, demonstrando, mais uma vez, que esse governo jamais será conivente com atos de injustiça e de violência orquestrada contra as massas empobrecidas e os trabalhadores.

Todas as barbáries que se acumulam, do Rio de Janeiro a Brasília, do Mato Grosso ao Maranhão, além da virulência das reformas contra a classe trabalhadora deixam, de fato, a impressão de que cada vez mais nos aproximamos de um estado de exceção no Brasil.

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