JM Cunha Santos
A bancada do PT no Senado emitiu nota em
que registra uma sucessão de atos de violência ocorridos nos últimos dias,
inclusive a violência oficial que reage às manifestações de professores e
estudantes, à greve geral que parou o Brasil. Violência que não se resume aos
conflitos de terras, ocorridos no Mato Grosso, onde trabalhadores rurais foram
chacinados por supostos capangas de fazendeiros armados até os dentes e no
Maranhão, onde índios foram atacados e feridos a bala e a golpes de cutelos
também por capangas fortemente armados, conforme informações do Conselho
Indigenista Missionário.
Tragédias anunciadas. No Maranhão, o
governador Flávio Dino já havia enviado, desde o ano passado, ofício pedindo a
intervenção da Funai na região e a demarcação das terras indígenas. A nota
informa que a Funai não agiu a tempo porque sucateada por cortes de verbas e
condena o discurso inominável do deputado federal maranhense Aloísio Mendes que
preferiu tratar as vítimas de “supostos indígenas”, conforme o PT incentivando
a violência contra os originários desta terra.
Na nota, a bancada do PT no Senado diz
que o golpe de 2016 (a queda de Dilma Roussef e ascensão ao poder de Michel
Temer) criou um estado de exceção dedicado a reprimir violentamente movimentos
sociais, estudantes, professores, indígenas e qualquer um que se manifeste
contra o golpe e as reformas. E mais: avisa que o governo ilegítimo pretende
liberar a venda de terras a estrangeiros e permitir a mineração na Amazônia,
inclusive nas terras ancestrais.
Violência após violência, duas delas
estão sendo consumadas: a Reforma Trabalhista e a intragável Reforma da
Previdência que motivaram a greve geral no país, inclusive com os votos de
maranhenses como José Sarney, Edison Lobão e Roberto Rocha.
Sempre coerente com suas ideias e
posições políticas, o governador Flávio Dino anunciou, através de sua conta no
twitter que está sendo investigada a possível participação de políticos no
ataque aos índios Gamela, demonstrando, mais uma vez, que esse governo jamais
será conivente com atos de injustiça e de violência orquestrada contra as
massas empobrecidas e os trabalhadores.
Todas as barbáries que se acumulam, do
Rio de Janeiro a Brasília, do Mato Grosso ao Maranhão, além da virulência das
reformas contra a classe trabalhadora deixam, de fato, a impressão de que cada
vez mais nos aproximamos de um estado de exceção no Brasil.
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