A denúncia da Procuradoria-Geral da
República (PGR) contra o presidente Michel Temer não conseguiu o aval de dois
terços da Câmara e foi, portanto, barrada no plenário da Casa nesta
quarta-feira. Os votos a favor de Temer, somaram 263, inviabilizando o número
mínimo de 342 votos para a continuidade da denúncia. O parecer de Abi-Ackel
(PSDB-MG), contrário à instauração de processo criminal contra o presidente,
foi aprovado no plenário.
O deputado federal Rubens Junior
(PCdoB-MA) votou a favor das investigações e justificou seu voto com as
evidências de crime cometido pelo presidente Michel Temer. “Há mala cheia de
dinheiro, há vantagem indevida, com ilícito na Petrobras, há conluio com Rocha
Loures, há crime de corrupção passiva. Afinal de contas, se uma mala cheia de
dinheiro não for motivo suficiente para se processar alguém, o que mais
seria?”, questionou o deputado.
O parlamentar ainda defendeu que o
processo não atrapalha o Brasil. “O que atrapalha o Brasil é a corrupção e a
impunidade. É por isso que eu voto pelo prosseguimento da denúncia”, destacou
Rubens.
Com a decisão, os deputados livraram
Temer de responder no Supremo Tribunal Federal (STF) a processo que, se
instalado, provocaria o afastamento do presidente por pelo menos 180 dias.
Agora, Temer responderá no STF somente após a conclusão do mandato, em 31 de
dezembro de 2018. O procurador-geral Rodrigo Janot, porém, poderá apresentar
outra denúncia contra Temer, por organização criminosa e obstrução de justiça.
A acusação de Janot se baseia nas
investigações abertas a partir das delações de executivos da empresa JBS no
âmbito da Operação Lava Jato. Em abril deste ano, o ex-deputado e ex-assessor
do presidente Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi filmado, saindo de um
restaurante em São Paulo, com uma mala contendo R$ 500 mil. Segundo a PGR, o
dinheiro era parte de propina e destinava-se a Temer. A defesa do presidente
nega.
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