JM Cunha Santos
O roteiro do filme “A Lei é para Todos”,
que estará nas telas de cinema de todo o país no dia 7 de setembro, tem como
principais protagonistas uma mala de dinheiro carregada com R$ 3 milhões, o
doleiro pivô da Operação Lava Jato, Alberto Youssef, condenado a mais de 100
anos de prisão e agentes do governo Roseana Sarney recebendo a propina que
garantiria o pagamento de um precatório de 134 milhões à UTC/Constran.
Através do filme, o mundo inteiro tomará
conhecimento de que ocorreu aqui no Estado, nos salões do Hotel Luzeiros, a
prisão que levou ao desbaratamento da maior rede de corrupção da história do
Brasil, por ação da qual incalculáveis trilhões em recursos públicos desceram
pelo ralo das contas secretas para bolsos de empresários e políticos. Por obra e
graça dos Sarney, o Maranhão, uma vez mais, será a piada do século, motivo de
chacota, de deboche e imolação moral no anedotário da ladroagem internacional.
Mas o filme não basta. O condenado
delator Alberto Youssef, para que se mantenha ainda mais cabisbaixo esse
estado, foi absolvido no caso UTC/Constran, pasmem, por um juiz maranhense,
Clésio de Carvalho Cunha. E talvez seja essa a única absolvição de sua
monstruosa história de crimes e associações criminosas.
Mas, de igual modo, não basta a vitória
maranhense do “homem que derrubou a República”. A desonra, o acanhamento e a
humilhação do estado se completam quando em depoimento à PF, Sarney revela que
era tratado de “papai” pelo criminoso confesso da Transpetro, Sérgio Machado.
Sarney também é apontado como principal conselheiro de Michel Temer, o
presidente mais impopular da história do país, acusado de chefiar uma
organização criminosa e que, comprando deputados a grosso e a varejo, acaba de
adiar sua provável estadia na Papuda para o ano de 2019.
Tanto opróbio e vexame seria coroado por
uma fila de 11 deputados sarneisistas barrando a denúncia contra o presidente
das malas de dinheiro na Câmara Federal. Desviando-se da vontade de quase 100%
da população brasileira, o deputado Sarney Filho, no mais indecoroso ato de
decúbito parlamentar, exonerou-se instantaneamente do Ministério do Meio
Ambiente para garantir um voto a mais em favor da organização criminosa
assentada no Palácio do Planalto.
E tudo isso aconteceu no momento em que
os olhos do mundo estavam voltados para esse novo Brasil, o Brasil de Michel
Temer que mercadeja homens públicos descaradamente, acima da vontade do povo
deste país.
E o Maranhão, de tantas tradições
culturais e honrarias literárias surge, ainda uma vez mais sob o jugo da política
nefasta dos Sarney, como protagonista e coadjuvante nesse roteiro de vergonhas
e desonras que parece não querer acabar mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário