quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A triste história de Rose Tapetão que, à falta de tapete, voou num rabo de foguete

JM Cunha Santos



Sem voto em canto nenhum, Rose Tapetão lembra os velhos tempos do abuso de poder econômico, das canetadas eleitorais, das contas de luz e água e até prestação de TV e geladeira dos eleitores pagas para ganhar eleição e, em seu desalento, contempla o pai que se diz falido, matando cachorro a grito e que já não gosta de satisfazer todas as suas vontades.
- Pai, eu lhe pedi um tapete, eu preciso de um tapetão, daqueles bem grandes, da Pérsia, do tamanho do que o Senhor me deu quando Jackson Lago foi governador. Cadê o meu tapete, papai?
- Filha, sabe que eu tou sacrificado, só tenho R$ 250 milhões agora. Tou latindo no quintal pra economizar cachorro. O Sérgio Machado pediu o dinheiro de volta, o Paulo Roberto Costa também, o Alberto Youssef está preso. Tá difícil. Um tapete desses, importado, sai muito caro e, nos dias de hoje, é muito difícil achar um no Brasil.
Rose Tapetão, indignada, assumindo ares de menina mimada, chorava e batia os pés.
- Eu quero um tapetão, eu quero um tapetão!
E argumentava:
Pai, com aquele tapete que o senhor me deu daquela vez eu fiz tanta coisa boa.. Fiz refinaria de papel crepon, construí estrada fantasma, fiz umas escolas velhas de palha, com teto furado que os animais invadiam, pro povo estudar, aumentei em 1000 por cento o índice de criminalidade, baixei até onde pude os salários dos professores e dos policiais. Foi a melhor época da minha vida.
- Filha, esquece esse negócio de tapete, esquece o passado. A história só se repete como tragédia.
- Tragédia? Tragédia é esse juiz com esse monte de votos, construindo hospitais modernos, escolas dignas, escolas profissionalizantes, asfaltando cidades inteiras, pagando o melhor salário para o magistério, sendo tratado como melhor governador do Brasil. Eu quero um tapete, papai. Sem um tapetão eu não consigo mais voar.
- Minha filha, por favor, me deixe em paz...
E eram sinceras as lágrimas da rebenta, lembrando do tapetão mágico.
- Naquele tapete eu conheci todos os paraísos fiscais do mundo, joguei Pif Paf na Ucrânia, Bisca nas Ilhas Fiji, Pôquer na Suíça. Ah...tempo bom. E as viagens que fiz com Edilazio, aquele deputado que a cada eleição mais se assemelha a um Ato Jurídico Imperfeito? Que coisa boa... E os voos rasantes que dei com Lobão no tapete mágico? Sobre as Ilhas Cayman, sobre a Diamond Moutain? Ah...que delícia... E os rachas que disputei com os helicópteros da saúde de Andrea... Eu preciso de outro tapetão meu pai, por favor.
- Eu já disse que não tenho dinheiro. É melhor não insistir.
- Velho, o seu dinheiro é como bosta de cabra, não diminui, nem acaba. Eu é que não posso comprar um tapete desses que só tenho R$ 11 milhões, meu pai.
Mas coração de pai não tem jeito. Sem dinheiro para comprar o tapete, o velho comprou um foguete. E foi nele que Rose Tapetão viajou pra lua depois da eleição de 2018, levando Lobão, Edilazio, Andrea, Sousa Neto, Adriano e outros saudosistas do TAPETÃO.

2 comentários: