JM
Cunha Santos
Sem
voto em canto nenhum, Rose Tapetão lembra os velhos tempos do abuso de poder
econômico, das canetadas eleitorais, das contas de luz e água e até prestação
de TV e geladeira dos eleitores pagas para ganhar eleição e, em seu desalento,
contempla o pai que se diz falido, matando cachorro a grito e que já não gosta
de satisfazer todas as suas vontades.
-
Pai, eu lhe pedi um tapete, eu preciso de um tapetão, daqueles bem grandes, da
Pérsia, do tamanho do que o Senhor me deu quando Jackson Lago foi governador.
Cadê o meu tapete, papai?
-
Filha, sabe que eu tou sacrificado, só tenho R$ 250 milhões agora. Tou latindo
no quintal pra economizar cachorro. O Sérgio Machado pediu o dinheiro de volta,
o Paulo Roberto Costa também, o Alberto Youssef está preso. Tá difícil. Um
tapete desses, importado, sai muito caro e, nos dias de hoje, é muito difícil
achar um no Brasil.
Rose
Tapetão, indignada, assumindo ares de menina mimada, chorava e batia os pés.
-
Eu quero um tapetão, eu quero um tapetão!
E
argumentava:
Pai,
com aquele tapete que o senhor me deu daquela vez eu fiz tanta coisa boa.. Fiz
refinaria de papel crepon, construí estrada fantasma, fiz umas escolas velhas
de palha, com teto furado que os animais invadiam, pro povo estudar, aumentei
em 1000 por cento o índice de criminalidade, baixei até onde pude os salários
dos professores e dos policiais. Foi a melhor época da minha vida.
-
Filha, esquece esse negócio de tapete, esquece o passado. A história só se
repete como tragédia.
-
Tragédia? Tragédia é esse juiz com esse monte de votos, construindo hospitais
modernos, escolas dignas, escolas profissionalizantes, asfaltando cidades
inteiras, pagando o melhor salário para o magistério, sendo tratado como melhor
governador do Brasil. Eu quero um tapete, papai. Sem um tapetão eu não consigo
mais voar.
-
Minha filha, por favor, me deixe em paz...
E
eram sinceras as lágrimas da rebenta, lembrando do tapetão mágico.
-
Naquele tapete eu conheci todos os paraísos fiscais do mundo, joguei Pif Paf na
Ucrânia, Bisca nas Ilhas Fiji, Pôquer na Suíça. Ah...tempo bom. E as viagens
que fiz com Edilazio, aquele deputado que a cada eleição mais se assemelha a um
Ato Jurídico Imperfeito? Que coisa boa... E os voos rasantes que dei com Lobão
no tapete mágico? Sobre as Ilhas Cayman, sobre a Diamond Moutain? Ah...que
delícia... E os rachas que disputei com os helicópteros da saúde de Andrea...
Eu preciso de outro tapetão meu pai, por favor.
-
Eu já disse que não tenho dinheiro. É melhor não insistir.
-
Velho, o seu dinheiro é como bosta de cabra, não diminui, nem acaba. Eu é que
não posso comprar um tapete desses que só tenho R$ 11 milhões, meu pai.
Mas
coração de pai não tem jeito. Sem dinheiro para comprar o tapete, o velho
comprou um foguete. E foi nele que Rose Tapetão viajou pra lua depois da
eleição de 2018, levando Lobão, Edilazio, Andrea, Sousa Neto, Adriano e outros
saudosistas do TAPETÃO.
Uma bela história, faltou no tapete lobão,o irmão e mais uma corja de ladrões!
ResponderExcluirJjkjkkk
ResponderExcluir