JM
Cunha Santos
Se
nada mudar, viveremos, no Brasil, tempos muito difíceis. É o que se pode
depreender da licenciosidade dos discursos que sustentam as candidaturas de
Jair Bolsonaro e do general Mourão. São discursos que exacerbam ideais
democraticamente soterrados no país, como o racismo, a xenofobia e a misoginia.
Ideais que renascem na esteira de uma pregação política que dá vazão à prática
dos crimes de ódio e cegam o povo brasileiro, este mentalmente desalentado pelo
nível de violência e corrupção que tomou conta do país.
Mas
a violência que pode advir de um regime de força pode ser muito maior, como a
de dar ao Estado poder de vida e morte sobre o cidadão, como empastelar as
instituições democráticas, subjugar o Poder Judiciário, seccionar o Poder
Legislativo e acobertar ações de grupos extremistas sustentados no ódio
político, de raça e de gênero e incontestavelmente dispostos a limitar a
liberdade de imprensa e a liberdade de expressão.
Nenhum
brasileiro cônscio de sua cidadania pode estar tranquilo neste momento. Paira
sobre nós uma ameaça inconteste ao regime democrático, bem pior que aquela que
vivemos com a Ditadura Militar de 1964, porque aqui há o referendo da maioria
da população brasileira, um passo para o absolutismo e a autocracia, dois
passos para a tirania que, historicamente, tem infelicitado nações inteiras em
todo o mundo.
A
história, mais uma vez, se repetirá como tragédia. Devemos nos preparar para o
colapso dos “corações de estudantes”, para a perseguição ao ativismo político e
social, para o seviciar das chamadas minorias, para ataques sistemáticos à
diversidade da população brasileira, senão para o retrocesso dos atos
institucionais.
Concluíram,
na vigência cega do analfabetismo histórico e do analfabetismo político, que
regimes de força podem ser a solução para crises morais, econômicas e
políticas. Mas não são, nunca foram, a história mostra que não é assim, o mundo
inteiro sabe que a violência institucional, nunca, jamais, resolveu nada em
lugar nenhum.
É
um desenho terrível: a direita governando grandes nações do mundo e a extrema
direita governando o Brasil.
Que
Deus nos ilumine e nos salve do que vem por aí.
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