quinta-feira, 15 de novembro de 2018

“Escola sem Partido” de Jair Bolsonaro tem origem nazista e soviética

Montanhas de livros viraram cinzas na Alemanha nazista. Mais que isso, o bolsonarismo parece disposto a queimar ideias dentro das escolas.

JM Cunha Santos


Quase tudo que vem da transição para o governo Bolsonaro tem cheiro de retrocesso internacional. O senador Cristovam Buarque informou que o pretenso programa “Escola sem Partido”, que pretende criar uma geração de alcaguetes no país e fazer habitar um clima de tensão permanente nas escolas brasileiras, já foi testado na Rússia soviética e na Alemanha nazista. E não deu certo. O senador acrescentou, ainda, que “Com isso vamos provar que a educação ainda pode piorar quando os alunos forem às aulas fantasiados de dedos duros.
A inspiração nazifascista de Jair Bolsonaro é inconteste. Quando propôs o genocídio de pelo menos 30 mil no país ou quando defendeu valores da tortura que somente ele e se séquito conseguem perceber. O viés ideológico autoritário do governo que se anuncia não é, portanto, apenas o discurso da esquerda derrotada nas urnas; é um fato.
Ao assinar um decreto na manhã da segunda-feira (12), garantindo Escolas com liberdade e sem censura” no Estado, o governador Flávio Dino previne-se e previne o Maranhão contra ataques ao exercício do livre pensamento e defende a liberdade de aprender, ensinar e pesquisar.
O ideal da censura e da perseguição política permeou todos os regimes de exceção no mundo. No dia 10 de maio de 1933 foram queimados em praça pública, em várias cidades da Alemanha, obras de escritores considerados inconvenientes ao regime. Montanhas de livros viraram cinzas durante o regime nazista. Stefan Zweig, Thomas Mann, Sigmund Freud, Eric Kastner, Erich Maria Remarque estavam entre os escritores e intelectuais mais perseguidos pelo regime de Hitler. O regime defendia a “necessidade de purificação radical da literatura alemã”. Mais que isso, com a proposta da “Escola sem Partido”, o bolsonarismo parece disposto a queimar ideias dentro das escolas.
Também no Brasil, no correr da ditadura militar, (1964 a1985) escritores, intelectuais, cantores, compositores foram presos e exilados, quando não mortos e torturados. Entre os mais populares, Vladimri Herzog, Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil foram vítimas da perseguição e da censura que apagou canções e matou ideias.
A ideia, portanto, de vigiar, gravar, filmar, ameaçar professores, por meio de uma mistificação chamada “Escola sem Partido”, sob a desculpa esfarrapada de evitar uma doutrinação sistemática, só encontra escopo em regimes cruéis e tirânicos que, acima do próprio poder de Deus, pretendem se apossar e\ou controlar o pensamento alheio.

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