domingo, 4 de dezembro de 2011

Estação São Luís

JM Cunha Santos

Busco em “Estação Carandiru”, de Drauzio Varella, termos com que se possa definir os que pregaram a invasão da Assembléia Legislativa, ocupada por cerca de 3 mil policiais militares, bombeiros e policiais civis pelas forças federais. Só me parece que foram atacados de surtos psicóticos, que estão com os cérebros esgotados pela proximidade com o Poder e capazes de qualquer coisa para continuar mamando nas tetas do Estado.

Não são prisioneiros em celas de um presídio majestoso pelo tamanho, ocupado por uma população de criminosos superior a de muitas cidades. Não recebem nenhuma medicação psiquiátrica que provoque dificuldades de coordenação motora, descontrole dos esfíncteres e alterações neurológicas, mas estão impregnados de uma baba hidrófoba que surge e ressurge a cada vez que a governadora Roseana “roda a baiana” e coloca em risco a integridade do Estado e da população.

A falta de responsabilidade profissional dos que apregoavam, inclusive através de comentários neste Blog, a iminente ou imediata invasão da Assembléia pelo Exército, dos que grampearam jornalistas e líderes da greve ou espalharam boatos de arrastões, impõe essa comparação com os perturbados mentais da Estação Carandiru. E nunca é demais lembrar que o majestoso presídio foi invadido por forças armadas que mataram ali mesmo 122 prisioneiros, uma chacina que valeu ao Brasil inúmeros processos em tribunais internacionais.

No final, eles não conseguiram levar para casa os baldes de sangue que queriam e os apelos constantes do Jornal Pequeno, deste Blog e da imprensa comprometida com os valores morais e democráticos do país, foram ouvidos e uma negociação pôs fim ao perigoso movimento. A arrogância, a prepotência, as ameaças e intimidações não vingaram e não houve a sonhada carnificina na Estação São Luís.

5 comentários:

  1. É isso mesmo cunha. é incomprensivel a postura de muitos da mídia no sentido de garantir "autoridade" com sangue, e nesse momento percebe-se que existem muitas viúvas da ditadura. Defensores da força bruta , saudosos de tempos que nós pensamos enterrados, mas que a arrogancia de alguns governos sempre trazem a tona.

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  2. Ótimas observações, análise brilhante.

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  3. Não me espantarei, Glauber, se as viúvas dos cinzentos anos de chumbo encontrarem meios violentos de manterem o poder desgastado que detem no Maranhão a meio século. Obrigado, Tiara Sousa.

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  4. Muito bem articulado o artigo, certamente servira de lição para muitos trogloditas enraizados no poder, que pensam só o uso da força bruta, resolve, mas um conjunto de idéias, formando um todo lógico, que se resolve os grandes poblemas de ampla magnitude.

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  5. É irmão de Macabeu, os trogloditas não amam.

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