O embate político em uma sociedade pode ser resumido
pelo destino que cada grupo defende como prioritário para o uso do dinheiro
público. Desde os pensadores fundantes do Estado liberal, há os que advogam que
os recursos amealhados junto à população devem financiar serviços públicos que
garantam o bem estar geral da sociedade. Sobrevive, no entanto, em pleno século
21, uma visão antiga de que os recursos públicos devem financiar a manutenção
do estamento da “Corte” e dos amigos do “rei”. Fiel aos meus princípios,
defendo a tese segundo a qual o que é público deve servir ao público, sempre
mirando a máxima igualdade possível.
É essa filosofia que tenho implantado à frente do
Governo do Maranhão. As políticas públicas têm sido executadas sem privilégios
ilegais ou imorais. Priorizamos concursos e processos seletivos para a
contratação de pessoal nas áreas estratégicas do Estado e determinei o fim de
licitações de cartas marcadas. Nas obras, muitas empresas têm tido
oportunidades, de acordo com seus talentos e capacidades organizativas. Não
premiamos nem protegemos a ineficiência de empresas apenas por pertencerem a
“amigos”, como ocorria no passado. Claro que alguns estranham e tentam
disfarçar a defesa de privilégios com o manto do suposto interesse público, mas
tenho certeza de que, progressivamente, todos vão perceber os benefícios de uma
cultura de estímulo ao saudável empreendendorismo.
No que se refere aos bens públicos, estamos
enfrentando uma antiga visão de que o público é destinado apenas aos mais pobres
e, segundo essa concepção, “qualquer coisa serve”. Basta comparar como eram as
unidades do VIVA antes e como são hoje, para enxergar com nitidez a diferença.
O mesmo pode ser dito em relação às escolas, antes em deplorável estado de
abandono e agora sendo cuidadas, com alto padrão. Passo a passo, já tivemos
centenas de escolas recuperadas, a exemplo do tradicional colégio Sertão Maranhense, que inaugurei ontem em Carolina.
Uma grande demonstração sobre a forma inovadora como
administramos a coisa pública veio com a inauguração da Casa Ninar, onde antes funcionava a chamada
Casa de Veraneio do Governador, utilizada no passado para banquetes e bailes
custeados com dinheiro público. Quem pôde conhecer a Casa Ninar, sabe da emoção que é ver aquele espaço ocupado
por seu verdadeiro dono, o povo do Maranhão.
Mas sempre, ao longo da História, há os que pensam
diferente e, aberta ou veladamente, defendem o uso de recursos públicos para
sustento do estamento da Corte e dos amigos do rei. Em alguns momentos, de
soberba ou de desespero, esse pensamento aparece de forma explícita. É o que
vimos recentemente quando surgiu um indivíduo para proclamar que o metro
quadrado mais caro de São Luís não serve para serviços públicos e deve ser
guardado somente aos ricos. Já nós pensamos que de lá, da antiga Casa de
Veraneio, os pais e mães e as crianças poderão contemplar o mar, o céu e o
horizonte. Uma das mais belas sínteses que Deus criou para nós do infinito, do
eterno, do sublime. Por isso não há lugar melhor para acolher as crianças com
problemas de neurodesenvolvimento e suas famílias.
Só tendo rumo e firmeza que podemos enfrentar a
gigantesca crise nacional e colher resultados, como temos feito no Maranhão. Um
dos mais belos frutos do nosso esforço, sem dúvida, é mudança do paradigma de
Governo: em vez dos privilégios de poucos, o direito de muitos. Viva a Casa
Ninar.
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