Por Robson Paz
Em outubro de 1995, a ex-governadora Roseana Sarney enviou à Assembleia Legislativa
projeto de lei extinguindo a Rádio Timbira do Maranhão. Um atentado à
comunicação do Estado, pois se tratava do ocaso da primeira rádio do Maranhão.
Na mensagem, Roseana disse ser uma honra estar decidida a retirar o
Estado de “setores mais adequados à ação da iniciativa privada”. Poço de
contradição!
Primeiro porque se tratou de retrocesso. Vários países desenvolvidos,
como Inglaterra, Portugal, Alemanha, Canadá, Japão, Austrália, mantém
comunicação pública, estatal complementares ao sistema comercial.
Segundo porque a justificativa revelou-se um embuste. Na prática,
público e privado se confundiram nos 14 anos, em que a ex-governadora
contratava e pagava sistema de comunicação, da qual era sócia proprietária.
Pois bem, 22 anos depois, a emissora extinta, sucateada e abandonada
vive um de seus melhores momentos. A rádio foi completamente resgatada e
reestruturada pelo governador Flávio Dino.
Novo parque de transmissores, torres de transmissão, de link, subestação
elétrica, sistema irradiante. Mudança capaz de oferecer um dos melhores sinais
de rádios AM do Estado, alcançando mais da metade da população, na Grande São
Luís, Baixada Ocidental, Litoral Ocidental Maranhense, Munim e parte da região
Central do Estado.
Com inédito serviço de transmissão via satélite, a emissora criou as
condições para estabelecer parceria de conteúdo com mais de 40 emissoras de
todas as regiões. Iniciativa mantida também com as Rádios Nacional e
Universidade FM. Estreitou as relações com instituições, como o Tribunal de Contas
do Estado (TCE-MA) e Ministério Público Estadual (MPE), que viabilizou a
produção semanal de programas veiculados na emissora.
Antes, em ambiente insalubre, a Timbira ganhou nova sede em prédio
próprio, com modernos estúdios, novos equipamentos, ampla redação e núcleo
administrativo.
Com programação que prioriza jornalismo, cultura, esporte, prestação de
serviços e interação com os ouvintes, a emissora que, por duas décadas, foi
traço em audiência está entre as mais ouvidas no estado.
Com site informativo e intuitivo, se consolida também como emissora AM
de maior alcance nas redes sociais, notadamente Twitter e Facebook.
Mas, tudo isto seria insuficiente sem a valorização dos profissionais,
prioridade do atual governo. Cerca de cinco dezenas de servidores, que se
dedicam diariamente a fazer comunicação ética e cidadã. A Timbira retomou a
tradição de escola da comunicação com a abertura de espaço para jovens valores,
por meio de programa de estágio.
A comunicação é um direito humano e por isso mesmo a Nova 1290 faz
história uma vez mais ao proporcionar ao ouvinte plena liberdade de expressão.
Um avanço civilizatório se considerarmos que em 2014, estes eram proibidos de
participarem da programação. Participação que agora é ampla e plural também por
meio de mensagens de áudio e de texto por WhatsApp, chat da rádio e redes
sociais.
É o patrimônio público devolvido a quem de direito,
o povo. Agora, A Rádio de Todos Nós proporciona acesso democrático à informação
e pluralidade de vozes premissas para a efetiva democratização da comunicação.
Radialista,
jornalista. Secretário adjunto de Comunicação Social e diretor-geral da Nova
1290 Timbira AM
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