terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

De volta aos herdeiros do sarneisismo

JM Cunha Santos


Dificilmente apelo para o que costumam chamar “a voz da experiência”, mas fui impiedosamente atacado quando, há algum tempo, opinei sobre um iminente rompimento do deputado federal José Reinaldo Tavares com o governador Flávio Dino. Lembro, inclusive de, exagerando ou não, ter suspeitado de que seriam Jose Reinaldo Tavares e Roberto Rocha os herdeiros do sarneisismo nesse estado. E as críticas sobre esse meu escrito foram ainda mais ácidas e impertinentes.
Revela José Reinaldo, agora, que para além do rompimento essa, de sua parte, é uma cisão irreversível. E a irreversibilidade na política denota um sentimento de grupo, como é o do grupo Sarney em relação ao governador, e não apenas um descontentamento marcado por interesses pessoais não atendidos.
Esse rompimento é consequência tão-somente de uma vontade política já manifesta em artigos e opiniões, no entanto subsidiado por desculpas esfarrapadas como a de que o secretário Márcio Jerry e o próprio governador teriam ligado para Rodrigo Maia no intuito de impedir a filiação de José Reinando ao DEM.
Sabe muito bem José Reinaldo Tavares até por seu histórico político, que não pode o governador, sozinho, sem ouvir os partidos que compõem sua coligação, definir candidaturas majoritárias. Isso seria um retorno ao autoritarismo que não cabe mais no Maranhão.

Enfim, ficou claro que eu tinha cá minhas razões e que a tese sobre os herdeiros do sarneisismo não era tão absurda quanto quiseram fazer parecer.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Excelente artigo !! Claro, objetivo e bastante oportuno. Uma das opiniões críticas mais sóbrias e verdadeiras que li na blogosfera maranhense nos últimos dias sobre o "rompimento".

    Parabéns ao articulista. Falou pouco, mas disse tudo !!

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