sábado, 15 de junho de 2019

Moro mantinha com os procuradores da Lava Jato uma espécie de relação trabalhista em que ele era o patrão


A lascívia judicial presente nessa relação, o cabritismo jurídico em que o julgador toma para si o controle da acusação, bastaria para anular qualquer julgamento.

JM Cunha Santos


A julgar por tudo que a imprensa divulga hoje, inclusive análises de renomados juristas, o juiz Sérgio Moro mantinha com os procuradores da Lava Jato uma espécie de relação trabalhista em que ele era o chefe, ou o patrão.
Não se trata de mera intimidade, ou de que os procuradores atendiam a um singular direcionamento do juiz A PGR cumpriu todas as ordens de um chefe que, embora muito cortês com seus “funcionários”, foi obedecido cegamente a todo o tempo do julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva:
quando mandou trocar a ordem das fases da Lava Jato; quando deu “conselhos” e traçou estratégias; quando permitiu que primeiro fosse feita uma consulta aos americanos; quando mandou que fosse elaborada nota pública esclarecendo as contradições nos depoimentos de um réu, Lula, que ainda nem sequer havia sido julgado.
A lascívia judicial presente nessa relação, o cabritismo degenerado com que o julgador toma para si o controle da acusação e manda ultrajar publicamente a defesa e o réu, bastaria, num país sério, para anular qualquer julgamento.
A missão de “Tirar um pouco o foco do juiz que foi capa de revista de modo inadequado”, nas palavras do procurador-chefe Deltan Dallagnol, é um acinte à dignidade da Justiça e joga no lixo a credibilidade do Poder Judiciário. Não se tem mais aqui tão-somente a parcialidade do juiz, mas a intenção clara, insofismável e, naturalmente, abjeta, de condenar a qualquer custo.
O uso dos meios de comunicação para tanto, fica ainda mais claro na proposição do procurador Santos Lima: “Será que não dá para arranjar uma entrevista com alguém da Globo, em Recife, amanhã”? Ele iria estar em Recife no dia seguinte.
A esse indisfarçável desejo de assumir um protagonismo heroico na mídia, a partir do julgamento do ex-presidente, junta-se uma tentativa execrável de promover o populismo da ação penal para justificar uma condenação anteriormente planejada entre o juiz e a acusação.
E é esse o tipo de “Justiça” que povo nenhum merece, mas que hoje o povo brasileiro, graças ao Dr. Sérgio Moro, tem. E que, espera toda a Nação brasileira, seja definitivamente expurgada pelo Supremo Tribunal Federal.

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