Em entrevista coletiva realizada na manhã desta
quinta-feira (9), no Palácio dos Leões, em São Luís, o governador Flávio Dino
apresentou dados atualizados sobre a situação sanitária no Maranhão em
decorrência da Covid-19 e anunciou novas medidas que serão adotadas para desacelerar
a curva de contágio no estado.
Entre elas, estão normas que serão aplicadas para
evitar aglomerações humanas nas agências bancárias do Maranhão e a prorrogação
da suspensão das atividades comerciais e serviços não essenciais nos municípios
da Grande São Luís. Isso estará estabelecido em novo decreto a ser publicado no
sábado (11).
O governador ressaltou, entretanto, que as agências
não serão fechadas e que a prorrogação da suspensão das atividades comerciais
só está definida para a capital maranhense. As normas para o funcionamento do
comércio em outras regiões do Maranhão estão em análise e serão divulgadas no
decreto.
Maranhão abaixo da média nacional
De acordo com o governador, a maior parte dos
registros de infecção foi notificada em São Luís, que concentra cerca de 95%
dos casos de coronavírus no estado.
“Faço questão de sublinhar as minhas condolências
às famílias e transmitir o pesar e a dor que sinto todas as vezes que
maranhenses e brasileiros têm perdido a vida para esta terrível pandemia”,
lamentou o governador.
Flávio reforçou que, apesar da curva ascendente de
contágio – forma como o mundo inteiro e o Brasil vem registrando a escalada da
pandemia -, as medidas restritivas têm dado certo, já que o número de casos no
Maranhão está abaixo da média nacional.
“Se houvesse um acompanhamento no Maranhão da curva
nacional, nós teríamos aproximadamente 600 casos. Posso afirmar a todos que as
medidas preventivas estão valendo a pena”, frisou. Até a manhã desta
quinta-feira, o estado tinha 292 casos confirmados.
Bancos
As regras para evitar grandes aglomerações em filas
de bancos serão acompanhadas pela fiscalização da vigilância epidemiológica
estadual.
Até o momento, as medidas restritivas estaduais
ainda não tinham atingido a rotina bancária, regulada pelo Banco Central. Mas
decisão desta quarta-feira (8) do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes definiu que estados e municípios têm autonomia para impor
medidas de isolamento social.
“Queremos todas as agências bancárias abertas,
porque consideramos que são serviços essenciais, porém é preciso que as
instituições financeiras assumam as suas responsabilidades de organizar os
serviços bancários, vamos prever regras acerca de filas e atendimento. Quero
sublinhar a colaboração de todos os cidadãos”, ressaltou.
Comércio
A prorrogação da suspensão do comércio e dos
serviços não essenciais valerá para o comércio dos municípios da Grande Ilha. O
prazo anterior era até o dia 12. As determinações que serão impostas ao
comércio das outras cidades maranhenses ainda estão em análise.
“Estamos fazendo estudo em relação aos casos
existentes em cada região, em cada município. Para que a gente possa, a partir
daí, no próximo decreto que será editado, no sábado, definir as regras
atinentes às outras regiões. Como tenho frisado, o nosso desejo é a retomada
plena das atividades econômicas e profissionais e empresariais o mais rápido
possível. Tenho dito isto há várias semanas, mas precisamos fazer isso de modo
organizado, para evitar um crescimento descontrolado [da doença]”, afirmou o
governador.
Comitês Científicos e Cloroquina
Dino também reiterou que todas as medidas que vêm
sendo adotadas para controlar o surto epidemiológico no estado têm base nas
recomendações de dois colegiados médicos, o Comitê Científico de Prevenção e
Combate ao Coronavírus no Maranhão e o Comitê Científico do Nordeste.
“Tenho duas instâncias técnicas que têm me
assessorado na adoção de rumos sobre o coronavírus no Maranhão. É a partir do
debate do comitê científico do Nordeste com o Comitê Científico do Maranhão que
nós definimos as providências que estão sendo adotadas dia a dia”,
explicou.
Sobre o uso da cloroquina, medicamento que vem
sendo utilizado no tratamento da Covid-19, mas que ainda não tem consenso na
comunidade científica sobre sua eficácia, o governador afirmou que o remédio
“já integra os protocolos de cuidado dos pacientes de coronavírus no Maranhão”,
mas só é receitado por decisão médica.
“Há um falso debate sobre cloroquina. Temos
sublinhado que esse não é um debate político, essa é uma questão técnica. O que
não se pode e nós não fazemos é estimular a automedicação, a medicação
irresponsável. Não é uma autoridade política que define um tratamento, e sim um
médico que tem a formação profissional para isso”, reforçou.
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