Com Lula livre para se candidatar, o destino de Jair Bolsonaro é assar nas torradeiras da opinião pública até 2022.
JM
Cunha Santos
O
jornal inglês The Guardian, fazendo coro aos principais jornais do planeta,
como The New York Time, Washington Post, Le Monde e El País, foi incisivo e
irretocável: “Bolsonaro é um perigo para o Brasil e para o mundo”.
E
é no momento em que a popularidade do presidente desce a Cordilheira dos Andes,
batendo quase 60 % de desaprovação, que o Senado da República vai instalar uma
Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a atuação do governo federal no
combate à pandemia de covid-19.
Essa
nova CPI significa, no mínimo, mais desgaste do presidente e seu séquito, com
grave exposição da atarantada e irresponsável atuação do presidente diante da
crise sanitária no Brasil.
O
governo Bolsonaro quase provocou o rompimento das relações do Brasil com a
China, nosso principal parceiro comercial, irritou vários chefes de Estado e
retardou o quanto pode a chegada de vacinas ao país. Fez o que pode para que a Coronavac
não estivesse aqui e trabalha agora para impedir que os estados do Nordeste
tragam a Sputinik V para o Brasil.
O
governo vai ter que explicar sua omissão diante do colapso nos sistemas de
saúde dos estados do Norte, Bolsonaro vai ter que somar suas culpas por conta
de aglomerações por ele provocadas, estímulo a invasões de hospitais, guerra
contra o distanciamento social e contra o uso de máscaras e como isso
contribuiu para mais de 340 mil mortes por covid-19 no território nacional.
Tamanha
exposição deve abalar ainda mais sua imagem corroída e terá que enfrentar os
depoimentos de Luis Henrique Mandetta e Nelson Teich, ministros da saúde demitidos
por não concordarem com suas teses delirantes.
Bolsonaro
será cada vez mais um refém do Centrão, que só o abonará até o limite da
lealdade comprada. Embora esse grupo de deputados e senadores tenha fulminado a
CPI das Fake News, que apurava a produção e propagação de notícias falsas nas
redes sociais, seus deputados e senadores, em nome de nada, não vão continuar
dando sustentação política ao pior governo do mundo num ano pré-eleitoral,
arriscando seus mandatos. Nem por outros R$ 400 bilhões.
Só
por sugestão, cabe ainda uma terceira CPI; uma que apure as relações de membros
do governo e aproximados com supremacistas e milicianos. Afinal, quem mandou
matar Marielle Franco? E a morte de Adriano de Nóbrega, chefe do “Escritório do
Crime”, uma convenção de assassinos de aluguel, foi por confronto com a PM da
Bahia ou foi queima de arquivo? Quem financiava a extremista e supremacista
Sara Winter em seus ataques às instituições públicas?
Com
Lula livre para se candidatar e refeito da inominável injustiça cometida contra
ele pelo desprezado Sérgio Moro, o destino de Jair Bolsonaro é assar nas torradeiras
da opinião pública até 2022. Ninguém aqui o quer mais na Presidência do Brasil,
(só os pastores do capeta) nem os muçulmanos, país nenhum, em nenhum
continente; ele só não renuncia porque ainda sonha com um sangrento golpe de
Estado.
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