A CPI dos Combustíveis,
instituída pela Assembleia Legislativa do Maranhão para apurar supostos abusos
e irregularidades no reajuste de preços no Estado, aprovou, por unanimidade, na
manhã desta sexta-feira (9), o relatório final das investigações, apresentado
pelo relator, deputado Roberto Costa (MDB). O documento foi enviado aos órgãos
de fiscalização e investigação para que tomem as providências necessárias.
Os trabalhos,
presididos pelo deputado Duarte Júnior (PR), foram iniciados em 15 de março
deste ano, tendo sido encerrados dentro do prazo previsto de 120 dias.
Entre os
encaminhamentos destacados no relatório final, os deputados sugerem à
Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) que tome conhecimento da falta de
emissão de notas fiscais por 28 dos 186 postos de combustíveis em atividade na
Região Metropolitana de São Luís.
No documento, também consta uma sugestão ao Governo do Estado para que, por meio da Sefaz, crie mecanismos de incentivo fiscal que possibilitem a redução da alíquota do ICMS da gasolina, como ocorre com o gás de cozinha. A peça produzida pelo relator sugere, ainda, que seja reconhecida a essencialidade da gasolina, por meio de legislação, já que o produto, atualmente, está relacionado a outros itens importantes.
Inconsistências
Os deputados Duarte
Júnior e Roberto Costa destacaram, ao término da votação, que a rede de postos
Joyce teve sua análise comprometida quanto à questão fiscal, em quase sua
totalidade, por conta das inconsistências na apresentação das notas de compra e
venda de combustíveis.
“A CPI cumpriu seu
papel e estamos pedindo que o senhor Josival Cavalcante Silva, conhecido como
Pacovan, e sua filha adotiva, Rafaely Cavalcante, continuem sendo investigados
em inquéritos no âmbito da Justiça, uma vez que há fortes indícios de fraude”,
afirmou Duarte Júnior, lembrando que Rafaely entrou em contradição no seu
depoimento, dando a entender que atuava apenas como “laranja de Pacovan”.
Os dois parlamentares
também destacaram que as constatações chegarão à Justiça, acreditando que a
Defensoria Pública, o Procon e o Ministério Público deverão impetrar uma ação
civil pública para reduzir o preço de combustíveis no Maranhão.
Cartelização
No que se refere à
prática de cartelização, o relatório emitido pela CPI recomenda aos órgãos para
os quais o documento será enviado que aprofundem as investigações nos 29
corredores de postos, onde as apurações apontam uma série de indícios
relacionados à combinação de preços e aumentos abusivos.
Votaram pela aprovação
do relatório, além do relator e do presidente da CPI, os deputados Carlinhos
Florêncio (PCdoB), Zito Rolim (PDT), Ciro Neto (PP), Wellington do Curso (PSDB)
e Ricardo Rios (PDT). O deputado Ariston Ribeiro (Republicanos), que não
integra a CPI, compôs a mesa dos trabalhos.
No encerramento da
reunião, o deputado Wellington do Curso destacou que a CPI não foi criada para
perseguir ninguém. "Mas para buscar alternativas visando à redução dos
preços dos combustíveis, identificar e punir aqueles que usufruíram de
benefícios com os abusos na elevação dos valores dos produtos", finalizou.
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