sexta-feira, 2 de abril de 2021

A Direita coloca dúvidas sobre a sanidade mental de Jair Bolsonaro e o Brasil afoga sua imagem numa tormenta de desgoverno e pandemia

1 – O Brasil é um país de maricas. (Jair Bolsonaro)

2 – Bolsonaro não tem jeito. O problema dele não é político, é psiquiátrico. (Tasso Jereissati)

JM Cunha Santos



Enquanto a imprensa internacional trata Jair Bolsonaro como o pior presidente do mundo atual e o pior do Brasil em todos os tempos, um surpreendente manifesto de conservadores e homens de direita também fulmina o presidente do país.

Assinado pelos governadores de São Paulo, João Dória, (PSDB), ex aliado de Bolsonaro, do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), além do apresentador Luciano Huck e o ex-presidenciável João Amoedo (NOVO), o manifesto afirma que a democracia brasileira está ameaçada. Eles dizem que “O autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos”.

Na esteira da humilhante demissão dos três comandantes das Forças Armadas, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, deixou Bolsonaro furibundo ao declarar que não há chance de uma ruptura institucional no Brasil, que as Forças Armadas se pautam sempre pela legalidade, não importa quem sejam os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

O general Otávio Santana do Rego Barros, porta-voz do presidente Jair Bolsonaro de 2019 a 2020, afirmou em artigo recente que “O amadurecimento intelectual não esteve presente na trajetória de Bolsonaro”. E ele se refere a seus anos de cadete, tenente, deputado federal e presidente.

O líder multimilionário da Direita Tasso Jereissati, que até a bem pouco tempo era contra o impeachment, hoje diz ter dúvidas sobre o equilíbrio mental do presidente. “Bolsonaro não tem jeito. O problema dele não é político, é psiquiátrico”, disparou.

A bem da verdade, as declarações de militares contra Jair Bolsonaro ganharam impulso a partir de novembro de 2020, com manifestações dos generais Santos Cruz e Paulo Chagas e, principalmente, do então comandante do Exército, Edson Pujol que disse com todas as letras que “A instituição (Exército) não pertence ao governo nem a partidos políticos. Nosso partido é o Brasil”.

Bolsonaro também recebeu uma reprimenda do general Santos Cruz quando afirmou que “O Brasil é um país de maricas” ao falar sobre as mortes pela covid-19.

Insano ou não, Bolsonaro defendeu “o uso de pólvora” para preservação da Amazônia quando, durante a campanha política, o hoje presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou o Brasil com sanções econômicas caso o país não detivesse a destruição da floresta.

Bolsonaro quis transformar as Forças Armadas numa estrutura de apoio político e no ano passado usou uma horda de lunáticos em ameaça ao regime democrático, querendo fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, confiando também no apoio das elites econômicas do país. Hoje, não tem o apoio do povo, nem das elites, nem dos militares, nem dos policiais, menos ainda dos cientistas e da imprensa. Está sozinho, com uma imagem internacional comparável à do então ditador de Uganda Id Amin Dada e vê que até líderes da direita o querem numa camisa de força constitucional para salvar o Brasil de uma pandemia que mata quase 4 mil brasileiros a cada 24 horas e apavora o mundo.   

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