domingo, 20 de abril de 2014

OPERAÇÃO GRANVILLE: FACTOIDE CRIADO PARA ARRUINAR CAFETEIRA COMPLETA 20 ANOS

Escândalo’ estampado na IstoÉ deu início à campanha que em 1994 elegeu Roseana para o Governo do Maranhão

Do blog do Manoel Santos Neto

 
20 de abril de 1994. A revista ‘IstoÉ’ começa a circular, nas principais cidades do Maranhão, com apenas uma chamada na capa: “Escândalo. Carrões & milhões. A fortuna acumulada pelo ex-governador Cafeteira e suas relações com empreiteiras do Maranhão”.
Na verdade, esta edição da ‘IstoÉ’, de número 1281, foi editada com duas capas. Uma destinada ao Centro-Sul, com a manchete ‘Acuse primeiro, pergunte depois’, e outra ao Norte e Nordeste, com a manchete que faz grave denúncia contra Epitácio Cafeteira Afonso Pereira, na época com 69 anos, acusado de enriquecimento suspeito e de uma famigerada ‘Operação Granville’, por meio da qual ele teria transportado, de São Luís para o Rio de Janeiro 172 milhões de cruzeiros, o equivalente, na época, a US$ 1 milhão.
A reportagem diz que, no dia 8 de dezembro de 1990, um funcionário da Norsegel Vigilância e Transporte de Valores teria comparecido ao apartamento de Cafeteira, no Edifício Granville, para fazer a coleta de valores estimados em US$ 1 milhão. Segundo a ‘IstoÉ’, Cafeteira “plantou as sementes de uma fortuna estimada em US$ 6 milhões” no período em que foi governador do Maranhão – de 1987 a 1990.
Nas eleições de 1994, Cafeteira – tendo como vice o então deputado Juarez Medeiros (PSB) – entrou, mais uma vez, na campanha pelo Governo do Estado, na condição de candidato do PPR, tendo contra si a então deputada federal Roseana Sarney (PFL) e o ex-prefeito de São Luís, Jackson Lago (PDT). Foi uma eleição realizada num clima de turbulências, denúncias e troca de acusações.
Ainda assim, o saudoso Jackson Lago (1934-2011), tendo como vice Jomar Fernandes, do Partido dos Trabalhadores, foi o protagonista de uma memorável campanha através da ‘Frente Ética’, formada por cinco partidos – PDT, PT, PPS, PMN e PV – e que fora concebida para ser um poderoso instrumento renovador da política maranhense.
O também saudoso Neiva Moreira (1917-2012) gostava de dizer que sempre foi um ponto fundamental da estratégia do grupo liderado por Jackson “ampliar a outros setores políticos, partidários e sociais do Estado a responsabilidade da luta libertadora”.
Com uma campanha solitária, a bordo de uma velha caminhonete, sem comitês ou estruturas políticas, e sem cartazes e sem “santinhos”, mesmo assim Jackson conseguiu 231.528 votos (20,19%). A eleição foi para o segundo turno: Roseana Sarney (PFL) venceu com 753.901 (50,61%), derrotando Epitácio Cafeteira (PPR), que obteve 735.841 (49,39%). Leia mais

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