Editorial
JP,19 de março
Antes
de deixar o cargo, a então governadora Roseana Sarney, conforme denunciou a
oposição à época, tentou transformar recursos adquiridos com empréstimos junto ao
BNDES em moeda eleitoral, por meio de um Fundo Estadual de Desenvolvimento dos
Municípios do Maranhão (Fundema). Queria, com isso, segundo os oposicionistas
de então, usar dois bilhões de reais para comprar apoio à candidatura de Lobão
Filho. Como bem lembrou o deputado Othelino Neto, não deu certo, porque “movemos
ação na Justiça contra o crime eleitoral e o próprio BNDES não aceitou”.
Agora,
deputados remanescentes do grupo Sarney, como Andrea Murad, Adriano Sarney.
Sousa Neto e Edilazio Júnior querem a nulidade do contrato com o Banco de Desenvolvimento
Econômico e Social para que o dinheiro que não pode ser aplicado nas eleições
não seja também aplicado em obras públicas. Nem mesmo nas obras inacabadas do
governo que findou.
E
fica a base governista sem entender porque o Partido Verde está se desligando
do Bloco Parlamentar Democrático, liderado pelo deputado Alexandre Almeida.
Ora, está se retirando porque nunca esteve lá e só participou visando garantir
cargos na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. As mudanças políticas que se
operam no Maranhão, principalmente no que tange à transparência e honestidade
nos negócios públicos, são prejudiciais à saúde do partido de Sarney Filho.
E
o deputado Adriano Sarney cismou que falta um funcionário do Estado na Comissão
de Licitação do governo Flávio Dino. Por isso, os “quatro mosqueteiros” de
Sarney pretendem aporrinhar a Justiça propondo a anulação de todos os atos da
Comissão Central de Licitação. Em outras palavras, eles querem o fim do
Programa Mais IDH, querem impedir o asfaltamento da Ma 034, querem obstar a
parceria entre o governo do Estado e a Prefeitura de São Luís, querem a volta
das terceirizações questionadas na Secretaria de Justiça e no Detran; enfim,
querem perseguir o povo do Maranhão. E querem, naturalmente, que Sarney volte a
ter o direito de se apropriar de prédios como o Convento das Mercês e pagar com
o dinheiro do povo um culto à sua personalidade política enviesada.
Para
um grupo que se acostumou a almoçar e jantar licitações fraudulentas e ganhar
eleições com fraudes do tipo Fundema, a honestidade de propósitos do governo
Flávio Dino incomoda. Só de imaginar que nunca mais vão poder superfaturar
obras, que se acabaram as comissões, as propinas e o tráfico de influência
remunerado, já começam a passar mal. É a mesma gente que privatizou a Cemar e
agora briga na Justiça para que o atual governo deposite R$ 200 milhões nas
contas de testas de ferro de Fernando Sarney.
Ainda
não perceberam que a farra acabou, a dona do bar fugiu e a polícia está batendo
na porta.
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