Segundo apurou a Folha de
São Paulo, Youssef dizia na carceragem em Curitiba que Lobão era o chefe do
esquema de desvios na Petrobras
Paulo Roberto Costa, Lobão e Roseana Sarney |
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa afirmou, em delação premiada, que em 2010 mandou entregar R$ 2 milhões em
espécie para a campanha à reeleição da governadora do Maranhão Roseana Sarney,
a pedido do então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. De acordo com
Paulo Roberto, ele se reuniu pessoalmente com Lobão, que teria lhe feito o
pedido.
Paulo Roberto declarou ainda que se encontrou várias vezes com
Roseana, seja no Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão, ou na casa da
própria Roseana. E que, nas reuniões onde estavam apenas os dois, ela sempre
perguntava se estava tudo acertado: “As tratativas da governadora em relação ao
pagamento de propina para o abastecimento de sua campanha eram breves e se
restringia a perguntas se estava tudo acertado”.
LOBÃO
Um dos executivos da empreiteira Camargo
Corrêa que passou a colaborar com as investigações da Operação Lava Jato disse
a procuradores que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) pediu e recebeu cerca de R$
10 milhões de propina da empresa em 2011, quando ela foi contratada para
participar da construção da usina de Belo Monte.
À época, Lobão era ministro das Minas e
Energia do governo de Dilma Rousseff. O nome do então ministro já havia sido
citado nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro
Alberto Youssef. Youssef dizia na carceragem da PF em Curitiba que Lobão era o
“chefe” do esquema de desvios na Petrobras, segundo advogados ouvidos pela
Folha.
O executivo da Camargo, Dalton Avancini, fez o relato sobre a
suposta propina paga a Lobão durante as negociações com procuradores para o
acordo de delação. Ele também citou que houve trataiva sobre suborno na
contratação da Camargo para fazer a usina atômica Angra 3.
O pagamento a Lobão, segundo Avancini,
ocorreu em 2011, ano em que a Camargo Corrêa foi contratada pela Norte Energia
junto com outras nove empreiteiras para fazer as obras civis da hidrelétrica
por R$ 13,8 bilhões. A parte da Camargo Corrêa no consórcio corresponde a R$
2,2 bilhões. A usina toda está orçada em R$ 19 bilhões; o valor inclui turbinas
e outros equipamentos.
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