segunda-feira, 18 de maio de 2015

Os bebês políticos

JM Cunha Santos

Há que se ter um mínimo de escrúpulos em escaramuças políticas de qualquer natureza. Não é o que está acontecendo. Talvez que no afã de tirar o foco da notícia das enroladas de Roseana Sarney e Lobão com a Polícia Federal, o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal, a mídia sarneisista está cometendo a mais insana das indignidades, usando recém nascidos e crianças mortas como matéria do ódio político que os alimenta.
Primeiro foi o caso de Coroatá, a tentativa de responsabilizar o governo do Estado pela morte de crianças, inventando falta de oxigênio, falta de energia elétrica, praticando, conforme o juiz que julgou o caso, um jornalismo distorcido. Agora se aproveitam do sofrimento de um bebê adoecido, já em tratamento em São Paulo, pago em tempo pelo governo do Maranhão, para fazer política.
Nem vou entrar no mérito da questão. Apenas dizer que é monstruoso usar crianças mortas e crianças doentes para faturar politicamente em cima dos adversários. Falta piedade com o sofrimento dos pais. Aliás, nem vou lembrar o quanto alguns dessa mídia foram impiedosos com o hoje governador Flávio Dino quando seu filho morreu em virtude de erro médico.
A crueldade dessa gente em defesa de seus interesses mesquinhos extrapola qualquer nível de desumanidade. Pelo amor de Deus, tragédias familiares não são para serem usadas em pugilatos políticos. Deixem pelo menos os bebês doentes e as crianças mortas longe da sujeira que gostam de espalhar.

Isso não é jornalismo. É crueldade. Crueldade sem limites. E dá vontade de vomitar.

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