JM
Cunha Santos
Quando
soube que o senador João Alberto ia presidir a CPI da CBF pensei logo num
daqueles jogos chatos, sem gols, sem lances memoráveis, artilheiros contundidos
e volantes se arrastando. E com faltas. Muitas faltas. Principalmente falta de
honestidade política. Afinal, por onde passou, (Comissões de Ética e CPIs),
João Alberto esteve lá muito mais para blindar e inocentar os acusados que para
investigar ou produzir provas contra os infratores.
Li
depois que a missão do senador na CPI da Bola seria blindar um eterno marcador
de gols contra o Maranhão, Fernando Sarney. Contrariando os princípios
constitucionais, na cabeça de João Alberto todo culpado é inocente, por mais
culpado que seja. Sendo da família Sarney então...
Com
João Alberto na presidência da CPI da Bola, Ricardo Teixeira ia acabar
canonizado, com Fernando Sarney de coroinha comemorando a derrota do Brasil.
Depois
da corrupção padrão Fifa, nada melhor que uma CPI padrão Fifa para não concluir
coisa nenhuma sobre os desastres da Confederação Brasileira de Futebol.
E,
imaginem só essa invencível seleção: Roseana Sarney de goleira, defendendo (e
defendendo-se) de acusações da Operação Lava Jato; Edison Lobão de zagueiro,
com aquele corpanzil sarado, trombando em todo mundo e escorregando em
petróleo; Fernando Sarney de artilheiro, driblando o FBI, a Polícia Federal e até
a Polícia Civil do Maranhão; Sarney Filho no meio campo, metido em camisa de 11
varas, engolindo a bola, verde de medo do novo ambiente jurídico do país.
E
Sarney seria o técnico determinando as posições de cada jogador: “Tu fica no
PMDB, tu fica no PT, tu fica no Meio Ambiente, tu fica no Ministério de Minas e
Energias, tu toma conta do setor elétrico, tu vai para os Correios, tu vai para
o BNDES e tu fica lá em Miami mesmo tomando Tiquira com champagne, bem longe
das pernadas desses zagueiros, esse tal de Moro e esse tal de Janot”.
O
time, naturalmente, não teria torcida nenhuma, mas jamais perderia uma partida
tendo João Alberto como juiz.
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