A TV Guará exibiu reportagem na noite
desta segunda-feira (31) denunciando esquema de lavagem de dinheiro montado por
Ricardo Murad enquanto esteve à frente da Secretaria de Estado da Saúde (SES)
para financiar a campanha eleitoral da filha Andrea Murad e do genro Sousa
Neto, que foram eleitos deputados estaduais. O esquema funcionava a partir do
superfaturamento de contrato para locação de helicópteros para a Secretaria de
Estado da Saúde durante a gestão de Ricardo Murad.
Os indícios do crime estão
registrados em relatório da Secretaria de Estado de Transparência e Controle
(STC) que encaminhou toda a documentação para a Polícia Civil. O relatório
recomenda o indiciamento de Ricardo Murad, Andrea Murad e Sousa Neto pelos
crimes licitatórios da Lei 8.666/93, peculato do art. 312 do Código Penal e
lavagem de dinheiro da Lei 9.613/98.
Durante a gestão de Ricardo Murad a
Secretaria de Saúde pagou uma quantia milionária à PMR Táxi Aéreo, mas o
transporte médico era realizado na maior parte das vezes pelo GTA enquanto os
helicópteros da PMR eram poupados. De acordo com a reportagem, até mesmo o
atendimento de uma pessoa, em Cururupu, foi negligenciado pela Secretaria de
Saúde no dia 17 de setembro de 2014. Nessa data, o uso do
helicóptero-ambulância estava reservado para Ricardo Murad ir até São João dos
Patos.
O relatório da Secretaria de
Transparência e Controle aponta danos aos cofres públicos em mais de R$ 2,2
milhões e envolve duas empresas ligadas ao empresário Cristiano Lindner, a PMR
Táxi Aéreo e a CC Pavimentadora. Os valores superfaturados da locação de
aeronaves eram pagos pela Secretaria de Saúde à PMR Táxi Aéreo, cujo sócio é
Cristiano Lindner, e depois parte desses valores era doado pela CC
Pavimentadora, cujo diretor é Cristiano Lindner, para as campanhas de Andrea
Murad e Sousa Neto.
A planilha de voos também revela que
durante o ano de 2014 a PMR operou poucas vezes se comparado ao valor
contratado e a quantidade de viagens só aumentou durante o período da campanha
eleitoral, apesar do GTA continuar fazendo o transporte de enfermos. Foi nesse
período que 40% das viagens foram destinadas a Coroatá, reduto eleitoral da
família de Ricardo Murad.
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