sábado, 10 de outubro de 2015

Força Estadual de Saúde

Editorial JP, 10 de outubro


Não se faz saúde pública apenas com salas e paredes. Não é possível curar as feridas do povo sem médicos, enfermeiras, agentes de saúde, equipamentos hospitalares, consultas e exames em proporção igual ou superior à demanda de pacientes de cada um dos municípios do Maranhão. O drama da saúde pública maranhense atravessou os séculos e se firmou como espetáculo permanente num palco dividido entre a má gestão e a falta de vontade política.
Em São Luís, os Socorrões, abarrotados, inviabilizados pelo imenso contingente de pessoas adoecidas na capital e vindas do interior. Em outros municípios, a falta de postos médicos, de profissionais da saúde, de hospitais regionais e até de farmácias, remédios, exames e consultas, mesmo que marcados sempre para o mês que vem. Sem contar as terceirizações ineficientes, as instalações deficientes, alongadas por um extorsivo processo de malversações. Em Teresina, a rede hospitalar não mais se dispunha a receber pacientes do Maranhão. Era esse o quadro.
Um drama que precisava ser corrigido e se corrige na medida das possibilidades governamentais. O governo inaugurou, em Pinheiro, o Hospital Regional Dr. Jackson Lago que, além de atender toda a Baixada Maranhense, desafogará os Socorrões de São Luís. E deve inaugurar mais hospitais regionais até o final do ano. A Força Estadual de Saúde ganhará musculatura com o seletivo que abre 120 vagas e cadastro de 48 vagas para profissionais que vão atuar no fortalecimento e efetivação da atenção primária em saúde, nos municípios definidos pelo Comitê Gestor do Plano Mais IDH. E este é o primeiro seletivo público para profissionais da área de saúde no Maranhão em 20 anos, segundo o secretário Marcos Pacheco.
No Maranhão agravado por altos índices de mortalidade infantil e mortalidade materna, por doenças derivadas da hipertensão, era necessário reestruturar todo o Sistema de Saúde Pública. Vencendo etapas como, finalmente, o atendimento de 200 pessoas por mês em radioterapia no município de Imperatriz, ou capacitando profissionais em saúde da pessoa idosa ou garantindo diagnósticos precoces do câncer e o atendimento de maranhenses também no Piauí, o Sistema Estadual de Saúde ingressa em uma nova fase.
Longe das licitações suspeitas e dos superfaturamentos, encaminha-se o sistema estadual de saúde para a desobstrução de muitos de seus entraves. Por exemplo, a Procuradoria Geral do Estado garantiu a suspensão de duas ações que bloqueavam mais de R$ 5 milhões da saúde em virtude de débitos da gestão anterior, conforme decisão do Tribunal de Justiça.
A saúde é direito de todos e dever do Estado e, como disse o governador Flávio Dino, a Força Estadual é mais um passo na reestruturação do sistema de saúde do Maranhão.

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