Editorial
JP, 10 de outubro
Não se faz saúde pública apenas com salas e paredes. Não é possível curar as feridas do povo sem médicos, enfermeiras, agentes de saúde, equipamentos hospitalares, consultas e exames em proporção igual ou superior à demanda de pacientes de cada um dos municípios do Maranhão. O drama da saúde pública maranhense atravessou os séculos e se firmou como espetáculo permanente num palco dividido entre a má gestão e a falta de vontade política.
Em
São Luís, os Socorrões, abarrotados, inviabilizados pelo imenso contingente de
pessoas adoecidas na capital e vindas do interior. Em outros municípios, a
falta de postos médicos, de profissionais da saúde, de hospitais regionais e
até de farmácias, remédios, exames e consultas, mesmo que marcados sempre para
o mês que vem. Sem contar as terceirizações ineficientes, as instalações
deficientes, alongadas por um extorsivo processo de malversações. Em Teresina,
a rede hospitalar não mais se dispunha a receber pacientes do Maranhão. Era
esse o quadro.
Um
drama que precisava ser corrigido e se corrige na medida das possibilidades
governamentais. O governo inaugurou, em Pinheiro, o Hospital Regional Dr.
Jackson Lago que, além de atender toda a Baixada Maranhense, desafogará os Socorrões
de São Luís. E deve inaugurar mais hospitais regionais até o final do ano. A
Força Estadual de Saúde ganhará musculatura com o seletivo que abre 120 vagas e
cadastro de 48 vagas para profissionais que vão atuar no fortalecimento e
efetivação da atenção primária em saúde, nos municípios definidos pelo Comitê
Gestor do Plano Mais IDH. E este é o primeiro seletivo público para
profissionais da área de saúde no Maranhão em 20 anos, segundo o secretário
Marcos Pacheco.
No
Maranhão agravado por altos índices de mortalidade infantil e mortalidade
materna, por doenças derivadas da hipertensão, era necessário reestruturar todo
o Sistema de Saúde Pública. Vencendo etapas como, finalmente, o atendimento de
200 pessoas por mês em radioterapia no município de Imperatriz, ou capacitando
profissionais em saúde da pessoa idosa ou garantindo diagnósticos precoces do
câncer e o atendimento de maranhenses também no Piauí, o Sistema Estadual de
Saúde ingressa em uma nova fase.
Longe
das licitações suspeitas e dos superfaturamentos, encaminha-se o sistema
estadual de saúde para a desobstrução de muitos de seus entraves. Por exemplo,
a Procuradoria Geral do Estado garantiu a suspensão de duas ações que
bloqueavam mais de R$ 5 milhões da saúde em virtude de débitos da gestão
anterior, conforme decisão do Tribunal de Justiça.
A saúde é direito de todos e dever do Estado e,
como disse o governador Flávio Dino, a Força Estadual é mais um passo na
reestruturação do sistema de saúde do Maranhão.
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