Maurício Araya DoG1 MA
A Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) realiza na
manhã desta segunda-feira (5) a Operação Sem Saída em São Luís (MA), com
objetivo de desarticular uma quadrilha de funcionários terceirizados do
Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA).
Ao G1, o superintendente Estadual de Investigações Criminais, delegado
André Gossain, informou que já foram efetuadas pelo menos 12 prisões
preventivas. A Polícia Civil cumpre ainda mandados de busca e apreensão nas
autoescolas e de condução coercitiva – 15 ao todo.
“É assustador, porque são pessoas analfabetas. Recebemos autorização da
Justiça para fazer as interceptações telefônicas desde abril. Nos próprios
telefonemas, os donos de autoescolas falam com eventuais alunos ‘olha, você tem
que assinar direito, você assinou de ponta-cabeça, tem que treinar’. E pessoas
que sequer dirigiam ou dirigiam muito pouco conseguiam habilitação para
caminhão, ônibus”, disse o superintendente.
Esquema
Segundo a investigação, iniciada em abril de 2015, a organização formada por
funcionários da empresa Tomas Greg e de quatro autoescolas da capital
maranhense, São Luís (MA) – Abdon, Coutinho, Andrade e Unidas – e duas do
interior do Estado, nas cidades de Santa Inês (MA) e Bacabal (MA) – Cometa e
Junior – recebiam dinheiro para aprovar alunos no exame para conseguir a
Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Ainda segundo a investigação, o esquema rendia em média R$ 3 mil por
CNH. Ao pagar a quantia, os alunos também não eram obrigados a assistir as
aulas teóricas, que são obrigatórias para quem requer o documento. Para burlar
o sistema eletrônico de presença nas autoescolas, os funcionários usavam moldes
de silicone com as digitais dos alunos.
Até o momento, ressalta a Deic, não foram encontrados indícios de
participação de funcionários públicos do Detran no esquema.
Disparos e autuação
em flagrante
Um dos investigados, o examinador Luciano Henrique Oliveira foi autuado em
flagrante porte Ilegal de arma. Após receber voz de prisão, foi encontrada com
ela um revólver calibre 32.
Já durante a busca na residência do examinador João Ferreira Marques
Júnior, os policiais civis foram surpreendidos quando o pai dele, o senhor João
Ferreira Marques, começou a disparar usando a própria esposa como apoio para a
arma. Os policiais revidaram e pelo menos um tiro de raspão atingiu a perna da
senhora, que passa bem. Aos policiais, Marques alegou que pensou que se tratava
de um assalto. Ele foi autuado por tentativa de homicídio.
Todos os presos na Operação Sem Saída serão encaminhados para o Centro
de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
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