"O governador Flávio Dino manterá uma equidistância, uma isonomia,
e não vai se posicionar, se definir, por nenhum dos candidatos, pois todos
integram a base do governo. O PCdoB, em São Luís, já anunciou sua
predisposição em apoiar a reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Júnior",
diz Márcio Jerry.
Após tomar posse na Secretaria
Comunicação e Assuntos Político (Secap), em solenidade comandada pelo
governador Flávio Dino na manhã desta terça-feira (16), no auditório do Palácio
Henrique de La Rocque, o jornalista Márcio Jerry foi entrevistado pelo blog.
Ele discorreu sobre a nova missão no
governo, desafios da comunicação, segurança pública, cenário eleitoral para
2016, dentre outros assuntos.
Sobre a disputa para a Prefeitura de
São Luís, que deve contar com a participação de vários candidatos do grupo
político liderado pelo governador Flávio Dino, Jerry disse que o governador vai
se manter distante do processo, não definindo apoio a qualquer um deles. No
entanto, confirma que o PCdoB já se definiu pelo apoio à reeleição do prefeito
Edivaldo Holanda Júnior.
"O governador Flávio Dino manterá
uma equidistância, uma isonomia, e não vai se posicionar, se definir, por
nenhum dos candidatos, pois todos integram a base do governo. O PCdoB, em
São Luís, já anunciou sua predisposição em apoiar a reeleição do prefeito
Edivaldo Holanda Júnior, que nós ajudamos a eleger, em 2012, e em cujo governo
nós estamos presentes desde a primeira hora até agora", diz o secretário.
Confira a íntegra da entrevista.
Blog - Secretário, missão ampliada no
governo?
Márcio Jerry - Missão
ampliada, dada pelo governador Flávio Dino. Na verdade, atendendo a uma
necessidade em face de uma crise econômica que atinge a todo o Brasil, havendo
necessidade de economizar recursos. Como sintetiza o governador Flávio Dino,
estamos em um momento de fazer mais gastando menos. Para gastar menos tem que
reduzir as estruturas, reduzir o custeio da máquina, que já está contingenciado
em 30%. Há uma revisão de contratos que vai gerar uma economia da ordem de R$
100 milhões até o fim do ano. Isso para que o governo possa cumprir com suas
atividades finalísticas, atendendo com políticas públicas aquilo que quer o
nosso povo: melhorar a educação, a saúde, a segurança, a infraestrutura urbana
e a mobilidade. É isso que tem feito o governador Flávio Dino nesses 13 meses e
16 dias de governo.
Blog - Como será sua atuação com esse
acúmulo de pastas?
MJ - Temos uma equipe muito boa. O
secretário Robson Paz continua, como subsecretário, coordenando a parte da
educação. O que vai ter de mudança é racionalizar o funcionamento da máquina,
diminuindo o custeio. Nas atividades finalísticas, vai continuar tudo como
vinha sendo conduzido pelo Robson. O que haverá, naturalmente, são ajustes, com
a incorporação de novas peças, novas pessoas, juntando à equipe que já estava
para que se possa atender aquilo que é da dinâmica humana: aperfeiçoar sempre,
inclusive aperfeiçoar a gestão pública.
Blog - Além dessas fusões de
secretarias, outras podem ser feitas ao longo do ano?
MJ - Não há em vista
nenhuma mudança planejada. Evidentemente que temos que observar o comportamento
macroeconômico do país. A expectativa que nós temos é aquela máxima de que pior
que está não fica. Se o quadro se mantiver como está agora, temos a segurança
que o planejamento estabelecido vai dar conta de cumprir os objetivos traçados
para 2016. Se, por infelicidade, a crise econômica deteriorar ainda mais
terá que ser feito um exame, à luz da realidade, para saber se serão
necessárias novas medidas. Elas concretamente não estão sob observação, nem sob
previsão do governador Flávio Dino.
Blog - Estamos em um ano eleitoral.
Como o governo avalia o cenário?
MJ - Temos um acompanhamento do
cenário eleitoral. É da natureza da nossa ação institucional, inclusive, e da
nossa responsabilidade partidária. Como governo, temos postura de respeitar o
processo político, respeitar o debate. O governo, como instituição, não vai se
imiscuir, como era prática no Maranhão, em processo eleitoral. Isso não é, na
República, uma atribuição do Estado. A gente precisa respeitar as forças vivas
da sociedade, as representações partidárias. É preciso que o jogo
político-eleitoral se desenvolva com autonomia, com a liberdade, no espírito
democrático. É claro que as lideranças políticas que são filiadas a partidos,
que são lideranças sociais, vão participar do processo. Enquanto liderança
política, o governador Flávio Dino se manifestará oportunamente. Quando for a
hora precisa, correta, ele irá se manifestar sobre o cenário eleitoral do
Maranhão.
Como presidente do PCdoB, tenho mantido
contato com as lideranças de outros partidos, como o presidente do PSDB,
vice-governador Carlos Brandão; o presidente do PP, deputado Waldir Maranhão; o
presidente do PDT, deputado Weverton Rocha; a coordenadora da Rede, deputada
Eliziane Gama; o presidente do PPS, Paulo Matos; o presidente do Solidariedade,
Simplício Araújo; o presidente do PT, que declarou apoio ao nosso governo,
Raimundo Monteiro; o presidente do PSB, Luciano Leitoa; e o presidente do PTC,
Edivaldo Holanda Júnior. Enfim, os partidos todos, com os quais nós temos
relações, temos mantidos essas discussões para buscar caminhos comuns, onde for
possível.
Blog - O governo tem investido muito no
combate ao crime organizado, mas os assaltos a bancos continuam pelo interior.
Como o senhor vê essa situação do assalto ao BB de Colinas?
MJ - Quando há um
assalto a banco, uma ação criminosa, ficamos revoltados. Quando, além do
assalto, ocorre um assassinato, a gente também fica também pesaroso, do ponto e
vista humano, pessoal. Uma pessoa que tem uma proximidade com a minha família
em Colinas, com relações pessoais com meus irmãos. Um fato lamentável que
entristeceu a nós todos. O combate ao crime continua firme. Esse não é um
problema do Maranhão, mas do Brasil. Todos os dias, basta ver qualquer jornal
do Brasil que tem havido recrudescimento, infelizmente, dessa violência Os
resultados no Maranhão são positivos. A secretaria de segurança tem conseguido
avanços na política de proteção ao cidadão. Os indicadores mostram isso.
Existe uma situação que a gente tem que ter persistência, combate firme e paciência
de saber que nem tudo se resolve de uma hora para outra. Esse trabalho de
enfrentamento ao crime requer muita inteligência, muita paciência, para que se
tenha um resultado efetivo.
Há um setor da mídia que só mostra
assalto, não mostra que se prende assaltante. Há um setor da mídia faz apologia
ao crime, mas não mostra que temos combatido o crime. Há um setor da mídia que
todos os dias comemoram quando existe atividade criminosa, mas não se junta à
sociedade e ao governo para que haja um combate às atividades criminosas. Isso
é lamentável! Isso é fomentar alimentar, disseminar, a chamada cultura da
violência.
O esforço do governo é dialogar pela
cultura da paz. Agora mesmo o governador Flávio Dino lançou o ‘Pacto pela Paz’
para conjugar ações que visa a melhora da performance da segurança pública e a
redução das atividades criminosas no Estado. É uma luta incessante, permanente.
Tem havido progressos, inclusive no desarmamento de quadrilhas. Anteontem
mesmo, foi desmontada uma quadrilha. Semana passada, uma quadrilha inteira
tombou em confronto com a polícia. Essa quadrilha havia sido resgatada de
Pedrinhas em janeiro. Em confronto com PM, reagiram e acabaram morrendo. O
governo tem feito o que é possível, com método, racionalidade e planejamento,
para que a segurança pública melhore progressivamente.
Blog - Como o governo encara os meios
comunicação que não reconhecem esses avanços e fazem críticas ao governo?
MJ - Temos que procurar
aperfeiçoar a comunicação direta com a nossa sociedade. Não temos só meios de
comunicação que torcem pelo quanto pior melhor. Temos meios de comunicação que
têm responsabilidade com nosso estado, e quem têm interesse no ‘Pacto pela
Paz’, numa cultura da paz. Vamos continuar divulgando as ações do governo.
Vamos continuar conclamando a sociedade e as instituições para que a gente
possa alcançar resultados cada vez melhores. Vamos iniciar, com a nossa equipe
e coordenação de Robson Paz, o planejamento da comunicação o primeiro semestre.
Ele já está concluído e já vai começar a ser desenvolvido no próximo final de
semana, com ações de propaganda e publicidade, com ações de comunicação direta,
nas redes sociais, buscando sempre ter uma comunicação cada vez mais intensa
com a sociedade.
Blog - Qual o posicionamento em relação
aos vários pré-candidatos a prefeito de São Luís pertencentes ao grupo político
que dá sustentação ao governador Flávio Dino?
MJ - Sobre eleições em São Luís,
temos vários aliados como pré-candidatos. Temos a possibilidade, ainda não
descartada, de Neto Evangelista, do Bira do Pindaré, da deputada Eliziane, do
prefeito Edivaldo Holanda e do deputado João Castelo, que integra o PSDB. Já
comunicamos aos partidos que o governador Flávio Dino manterá uma
equidistância, uma isonomia, e não vai se posicionar, se definir, por nenhum
dos candidatos, pois todos integram a base do governo. Por isso, todos merecem
dele o mesmo respeito, a mesma deferência.
Os partidos têm outra lógica. O PCdoB,
por exemplo, em São Luís, já anunciou sua predisposição em apoiar a reeleição
do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que nós ajudamos a eleger, em 2012, e em
cujo governo nós estamos presentes desde a primeira hora até agora. Isso não é
desconhecido de ninguém e nem dos nossos aliados. Vamos tratar com muita
tranquilidade, responsabilidade, para que possamos manter uma disputa
democrática, num ambiente democrático e preservando a coalisão partidária que
governa o Maranhão.
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