JM
Cunha Santos
O
mosquito não é ruim para todo mundo. Ultimamente, depois de ameaçar e vitimar
todo o eleitorado, Dr. Aedes deu-se às interferências políticas, ocupando o
horário nobre com discurso de uma presidente ameaçada de impeachment e
cassação. O que não faz dele um mosquito petista, pois igualmente tem salvo
administrações do PSDB.
Quiseram
fazer dele uma entidade oposicionista. Não deu certo, porém. Sua natureza
corrosiva e destruidora o faz aliado de muitos governos que precisam de uma
turbinada eleitoral. Pelo Brasil inteiro, prefeitos sem nenhuma obra, com
salários do funcionalismo atrasados e em busca de reeleição, só precisam
organizar um mutirão de caça ao mosquito para reconquistar a confiança do
eleitorado. Mesmo que até agora o aedes aegypti tenha vencido todas as
batalhas.
O
mosquito não é burro. Embora nunca tenha sido encontrado nas celas de José
Dirceu e Delcídio do Amaral, de onde pode ser desviado, foi achado em grande
proporção, segundo post de Carolina Guerra Libério no facebook, divulgado por
John Cutrim, em salas de aula da Universidade Federal do Maranhão. E há quem
diga que, também por temor de desvio, nunca ele esteve na Ilha de Curupu, nem
mesmo quando engendravam a cassação do Dr. Jackson Lago.
O
catedrático transmissor, assim, se tornou um impagável cabo eleitoral, um
agente político irresistível. Sem ele, fica muito difícil se reeleger prefeito
em 2016. Dá até para imaginar candidatos à reeleição se pronunciando na TV:
Mosquiteiros!
Acusam-me,
hoje, de agiotagem e desvio de recursos públicos, mas esquecem que toda a verba
da prefeitura foi gasta para livra-los de picadas do mosquito. Não há dengue,
não há febre chikungunha em nosso município. Nem microcefalia, a não ser a do
meu adversário. O dimorfismo sexual desses carapanãs foi detido a tempo pela
Prefeitura. Aqui, embora falte água em movimento, não tem também água parada.
As antenas pilosas desses insetos foram cortadas. Estou certo de minha
reeleição, pois mais vale um povo sem recursos públicos que um povo com febre enchendo
os hospitais.
E,
depois de ovacionado, falando nos ouvidos do candidato a vice-prefeito:
Bendito
mosquito, seu Benedito...
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