sexta-feira, 1 de abril de 2016

O PMDB e os detentos

Editorial JP, 1 de abril
Os detentos que, por indulto de fim de ano, deixam as penitenciárias e não retornam, o mais óbvio é que pretendem continuar cometendo crimes. E nada mais parecido com o PMDB desembarcando do governo do PT, apenas porque antevisando o fim desse governo. Se acontecer, o mais óbvio é que também vão continuar cometendo crimes.
 Os detentos, pela força das circunstâncias, só tem um lado: o deles mesmos. O que também acontece com o PMDB, onde quase todo mundo só consegue pensar na própria barriga e no próprio bolso. O povo, bem... o povo é apenas um detalhe exigido a cada eleição.
A percepção dessa natureza egoísta e oportunista do PMDB, conforme conversa mantida com um especialista em política maranhense, é fácil por atos e atitudes do que já vimos acontecer por aqui. Na campanha das Diretas Já, enquanto Zequinha Sarney discursava em tribunas e palanques a favor da aprovação da Emenda da Diretas, seu pai, o senador José Sarney, trabalhava no Congresso pela desaprovação. No correr do processo de impeachment de Collor de Melo, enquanto Sarney sangrava nos bastidores para que o impedimento não acontecesse, Roseana Sarney circulava sob os holofotes da mídia nacional na condição de “Musa do Impeachment”.
São casos clássicos de um oportunismo tão visceral que chegam a desnortear toda e qualquer noção ideológica, mas definem bem o comportamento das “lideranças” que tomaram de assalto a Ulisses Guimarães o movimento, de fato democrático e, de fato, brasileiro que um dia existiu. E imaginem só Roseana Sarney, a princesa das maletas do Luzeiros, ministra por indicação do mais lavajatiano dos parlamentares, Eduardo Cunha. É caso de polícia.
As trombetas da mídia sarneisista já anunciam que, no caso de acontecer o impedimento da presidente Dilma Roussef, ao governador Flavio Dino não sobrará nenhum espaço, ao nível de poder federal, para fazer alguma coisa pelo Maranhão. Não é bem assim. Flávio Dino, ao longo de 25 anos, foi um juiz reconhecidamente imparcial e correto; Foi, com todas as honras, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil e por duas vezes eleito o melhor deputado federal deste país. E sairá dessa crise, seja qual for o seu resultado, com as duas qualidades que a população brasileira mais exigirá de um político a partir de agora: não é oportunista e é, reconhecidamente, um político honesto. Ninguém terá o topete de lhe negar espaço ao Maranhão.
Assim, bem mais fácil é que o povo de todo o país volte às ruas em protesto a cada vez que um Sarney seja indicado para qualquer cargo, que assistirmos ao isolamento desse Estado, apenas porque o PMDB dos eduardos cunhas da vida tomou o poder no país.

Como os detentos que não retornam às penitenciárias, os Sarney jamais retornarão ao poder no Brasil.

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