As primeiras medidas do governo do presidente
interino Michael Temer (PMDB) foi destaque na sessão plenária, desta
terça-feira (17), da Assembleia Legislativa do Maranhão. O assunto foi levado à
tribuna pelo deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), que afirmou preocupação
com as medidas. “É um governo sem mulher, é um governo sem negros, é um governo
sem votos, é um governo sem cultura e é um governo que não combate a corrupção,
porque extingue o principal órgão de enfretamento da corrupção no Brasil, que é
a CGU. Então não posso deixar de expressar a minha preocupação”, ressaltou
Completando o pensamento, o socialista lembrou que a população se revoltou contra
a corrupção e que esse movimento acabou sendo usado como cortina de fumaça para
que se operasse a mudança de governo no Brasil. No entanto uma das primeiras e
principais medidas do presidente interino foi extinguir um órgão consolidado
como o principal órgão de combate à corrupção. A crítica de Bira a extinção da
Controladoria é justamente esta.
“Um órgão que tinha um status diretamente vinculado à Presidência da República,
portanto, o status superior dado aos órgãos auditados e por isso mesmo tinha força
para identificar as irregularidades e dessa forma processar as pessoas que
cometiam erros de conduta dentro do governo e em todas as esferas, mas agora
simplesmente se extingue a CGU. Significa perda de identidade. Significa
enfraquecimento da independência para o trabalho da CGU. Significa
enfraquecimento do combate à corrupção”, pontuou o parlamentar.
Para ele, o combate à corrupção não passou de um engodo para se conseguir um
objetivo maior, mudar o comando na Presidência da República no Brasil. A prova
disso é a revolta dos servidores da CGU, que estão protestando, já estão
fazendo paralisação em várias cidades brasileiras, denunciando esta medida
absurda de se extinguir o principal órgão de controle do Governo Federal no
combate à corrupção.
O mais grave, segundo Bira, é que Temer, que assumiu a presidência no lugar da
presidente Dilma após decisão no Congresso Nacional que admitiu o processo de
impeachment da presidente, já havia, no chamado plano de governo ‘Uma Ponte
para o Futuro’, assumido o compromisso de fortalecer a Controladoria.
“A Ponte Para o Futuro está se confirmando como a
ponte para o passado, porque extinguir a CGU é um retrocesso, é voltar décadas
de avanços no combate à corrupção no Brasil. Tem um ditado popular que diz:
“pau que nasce torto, morre torto. E, evidentemente, o governo Temer está
começando muito errado. Ficam aqui minhas palavras de protesto a essas medidas
absurdas desse governo absolutamente sem respaldo e sem legitimidade para estar
à frente do nosso país, do nosso Brasil’, concluiu.
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