RIO – Uma vida de luxo. Assim era a rotina do traficante brasileiro
Jarvis Chimenes Pavão, de 43 anos, considerado o maior vendedor de drogas em
atividade na fronteira do Brasil com o Paraguai. Acusado de enviar toneladas de
cocaína e maconha, além de armas de guerra para o país, especialmente para Rio
e São Paulo, ele morava num endereço privilegiado em território paraguaio, mais
precisamente na cidade de Assunção. Em sua “casa”, móveis planejados e objetos
de decoração, cozinha gourmet, equipamentos eletrônicos e outras facilidades.
Seria apenas a repetição da história de tantos outros bandidos da crônica
policial, que se cercam de conforto e segurança, se tudo isso não acontecesse
dentro da prisão, no presídio de Tacumbú, onde ele “vivia” desde 2010, após ser
preso e condenado por tráfico.
A descoberta das regalias só aconteceu depois de terem sido encontrados,
na última terça-feira, num muro próximo do presídio, explosivos plásticos com
grande capacidade de destruição que possivelmente seriam usados numa tentativa
de fuga, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), que ontem noticiou
o caso. Durante uma vistoria na unidade, a cela VIP do traficante foi revelada.
As mordomias flagradas levaram o presidente paraguaio, Horacio Cartes, a
demitir a ministra da Justiça do país, Carla Bacigalupo. Jarvis foi
transferido, mas a nova unidade prisional não foi informada.
EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ, “COMERCIANTE”
No presídio de Tacumbú, um dos mais superlotados do Paraguai, onde há
cerca de 3.500 presos, o dobro da capacidade do local, Jarvis contava com
suíte, sala de estar e de reunião e cozinha gourmet. Em todo o espaço, havia
equipamentos eletrônicos, como TV de plasma, e objetos pessoais do bandido,
inclusive uma coleção de DVDs, em que se destacava a série “Narcos”, sobre a
vida de outro barão da droga, o traficante colombiano Pablo Escobar, morto em
Medellín, em 2 de dezembro de 1993. No quarto, havia uma cama espaçosa e
edredons.
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