Onda de crimes contra
candidatos na região preocupa as autoridades.
Segundo a
polícia, milícia da Zona Oeste tem envolvimento em treze assassinatos
G1
Pré-candidata a vereadora de Magé é executada |
A pouco mais de um mês das eleições municipais, a onda de crimes contra
políticos na Baixada Fluminense preocupa as autoridades, principalmente devido
ao envolvimento de milicianos em pelo menos seis casos. Nos últimos nove meses,
13 candidatos a vereador foram assassinados na região e, segundo a polícia, 11
casos tiveram motivação política.
A Divisão de
Homicídios da Baixada Fluminense, que investiga os crimes, descobriu que a
milícia mais conhecida do Rio de
Janeiro está por trás
de três assassinatos.
De acordo com
as investigações, a milícia, que atua na Zona Oeste do Rio há cerca de 20 anos,
já expandiu suas atividades criminosas paraItaguaí, Seropédica
e Nova Iguaçu. Entre os
nomes envolvidos com a quadrilha estão o de dois ex-políticos condenados pela
Justiça: Jerônimo Guimarães, o Jerominho, que foi vereador na capital, e seu
irmão Natalino Guimarães, que era deputado estadual.
Com os irmãos
Guimarães na cadeia, o comando da quadrilha atualmente é de Carlos Alexandre da
Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes. O crime mais recente atribuído à
milícia é o do policial militar Júlio César Fraga Reis, candidato a vereador
pelo PC do B. Ele foi morto em Seropédica, no último
sábado (20).
Para o delegado
Giniton Lages, está clara a influência de milicianos na política da Baixada
Fluminense. "Houve um momento na política carioca e fluminense em que a
milícia foi para a política. Tivemos candidatos apoiados por eles e na Baixada
Fluminense está claro que ela [a milícia] se faz presente no poder, ela apoia
candidatos", afirmou Lages, citando como exemplos os municípios de Itaguaí
e Seropédica.
"Nessas
cidades, já temos registro da atuação forte da milícia em areais e
terraplanagem. Sem apoio das prefeituras, ela não poderia avançar em seus
negócios, precisa ter uma proximidade forte com o poder público",
declarou.
A Polícia
Federal também abriu inquérito para investigar os assassinatos de políticos. Em
visita ao cartório eleitoral de Duque de Caxias, nesta sexta-feira (26), o
ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), falou
sobre os crimes.
"É uma
situação extremamente grave. Há incidentes que podem não ter conotação
eleitoral, e outros, a maioria, com conotação eleitoral. Haverá presença das
Forças Armadas aqui no Rio de Janeiro, na sequência dos trabalhos da Olimpíada
e da Paralimpíada. Há problemas ligados também à segurança, não têm a ver com o
processo eleitoral, é verdade que isso possa recrudescer no período eleitoral,
e nós vamos acompanhar isso com muito cuidado", afirmou Mendes.
O ministro
também confirmou que a Baixada pode receber um número maior de homens das
tropas federais. "Nós estamos discutindo isso com o TRE e isso está sendo
considerado. Certamente haverá alocação de forças em locais mais
sensíveis", concluiu.
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