O GLOBO
Em
2009, então presidente do partido e senador, Sérgio Guerra, afirmou que
tinha
‘horror a CPI’ ao fechar acordo com construtora
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A nova fase da Lava-Jato vai apurar
como a Queiroz Galvão pagou propina ao então presidente do PSDB e senador
Sérgio Guerra, morto em 2014, em troca de uma operação para abafar a CPI da
Petrobras, em 2009. A Polícia Federal teve acesso a uma reunião entre Guerra, o
então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e empreiteiros onde foi
negociado o fim das investigaçoes no Congresso. O tucano é flagrado por uma
câmera de segurança negociando o recebimento de R$ 10 milhões. Guerra afirma
aos presentes ao encontro que trinha “horror a CPI”.
— Eu tenho horror a CPI, nem a da Dinda
eu assinei. É uma coisa deplorável fazer papel de polícia, parlamentar fazendo
papel de polícia — afirmou na época o tucano.
A reunião ocorreu no dia 21 de outubro
de 2009. Além de Guerra e Costa, participaram da reunião Ildefonso Colares
Filho, na época presidente da Queiroz Galvão, preso pela Polícia Federal nesta
terça-feira, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), o lobista Fernando Soares
(Fernando Baiano) e o executivo Érton Medeiros (representante da Galvão
Engenharia).
Em troca dos R$ 10 milhões, Guerra
informou que atuaria para que outros parlamentares do PSDB não aprofundassem as
investigações e, assim, tivesse continuidade o esquema criminoso instalado na
empresa estatal. O áudio e o vídeo da reunião foram obtidos pela Procuradoria
Geral da República (PGR) e apresentados em junho.
— Nossa gente vai fazer uma discussão
genérica, não vamos polemizar as coisas — disse Guerra.
Em outra parte da conversa, Paulo
Roberto pede ao tucano ajuda no fechamento do relatório da CPI. Uma preocupação
do ex-diretor era a Lei de Licitações, à qual a estatal não queria se submeter.
Guerra respondeu:
— A primeira coisa é o seguinte, essa
chamada CPI tem origem em vários movimentos, em várias origens, lá atrás eu
conversei com algumas pessoas de vocês e dei um rumo nessa história, pro meu
lado, né, como era pra ter todo o combate sem ir atrás das pessoas. Primeiro
porque nós não somos da polícia, segundo porque eu não gosto disso. Terceiro
porque acho que não construía em nada.
A Lava-Jato prendeu neste terça-feira
Indelfanso Colares Filho e ex-diretor da construtora Othon Zanoide de Moraes
Filho. As equipes cumprem 32 ordens judiciais, sendo 23 mandados de busca e
apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 6 de condução
coercitiva. Os mandados são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. Ainda há um mandado de prisão
temporária contra Marcos Pereira Reis. Ele está no exterior, segundo a PF. São
investigados na ação contratos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da
Refinaria Abreu Lima, da Refinaria Vale do Paraíba, da Refinaria Landulpho
Alves e da Refinaria Duque de Caxias.
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