Em
seis meses, o ‘Sim, Eu Posso!’ já alfabetizou 9.368 maranhenses. No total, são
14.040 educandos que o programa tem como meta ensinar a ler e escrever até
dezembro deste ano.
“Eu me
sinto feliz porque aprendi um pouco graças a Deus. Amei meus amigos da sala,
todos são maravilhosos, vou ficar com muita saudade de todos”. O trecho da
carta escrita por Valdener de Moura Leite, do município de São Raimundo do Doca
Bezerra, revela sua satisfação por participar do ‘Sim, Eu Posso!’, que já
alfabetizou quase 70% dos alunos inscritos no programa este ano no Maranhão. Ao
todo, 9.368 maranhenses aprenderam a ler e escrever em apenas seis meses.
A carta
de Valdener, endereçada ao governador Flávio Dino, pede a continuidade do
programa no estado. O pedido não é para menos. De acordo com o Censo de 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 19,31% da população
maranhense com 10 anos ou mais não sabe ler e escrever. Isso faz do Maranhão o
quarto estado com o maior índice de analfabetismo, ficando atrás apenas de
Paraíba, Piauí e Alagoas.
Por meio
de um inovador método de ensino, concebido pelo Instituto Pedagógico
Latino-Americano e Caribenho de Cuba (Iplac) e aliado aos círculos de cultura
da pedagogia de Paulo Freire, o ‘Sim, Eu Posso!’ ajuda jovens, adultos e idosos
a vencer o analfabetismo em apenas oito meses.
O
programa ‘Sim, Eu Posso!’ foi implantado pelo Governo do Estado em oito
municípios maranhenses. O programa é gerido pela Secretaria de Estado da
Educação (Seduc) com a coordenação da Secretaria de Estado de Direitos Humanos
e Participação Popular (Sedihpop) em parceria com o Movimento Sem Terra (MST),
detentor da metodologia de alfabetização.
Números
do desenvolvimento
Em seis
meses, o ‘Sim, Eu Posso!’ já alfabetizou 9.368 maranhenses. No total, são
14.040 educandos que o programa tem como meta ensinar a ler e escrever até
dezembro deste ano, em municípios com baixo índice de desenvolvimento humano.
As cidades contempladas são:Itaipava do Grajaú, Jenipapo dos Vieiras, Aldeias
Altas, Água Doce do Maranhão, Santana do Maranhão, São Raimundo do Doca
Bezerra, São João do Carú e Governador Newton Bello.
A
população destes municípios também é beneficiada com outras ações do Plano Mais
IDH, idealizado pelo governo estadual para melhorar o IDH em um total de 30
cidades maranhenses. A iniciativa contempla projetos nas áreas de educação,
saúde, saneamento e infraestrutura, trabalho e renda, cidadania, dentre outras
áreas.
Investimentos
e ampliação
Somente
para a primeira fase do ‘Sim, Eu Posso!’ no Maranhão, correspondente ao ano de
2016, o Estado investiu R$ 7.380.022,90. Para a execução do programa foi
montada uma extensa equipe de voluntários bolsistas, contratados por meio de
processos seletivos. Ao todo, são 702 alfabetizadores e 71 coordenadores de
turma. Na segunda etapa do programa, referente a 2017, serão 32 mil pessoas
alfabetizadas em 20 municípios a serem escolhidos. A segunda fase está prevista
para começar em abril do ano que vem.
O valor
do conhecimento
Aos 49
anos, Francisco José Rocha dos Santos começa a escrever as primeiras linhas e
faz planos para o futuro. “Vou fazer muitas coisas, um trabalho melhor, porque
hoje em dia quem consegue um serviço melhor é quem sabe ler. Para quem não
sabe, é serviço pesado, brutal”, falou o educando, de Água Doce do Maranhão. “O
que vale é o estudo hoje, porque hoje em dia, se a pessoa não tiver um estudo,
nada feito”, declarou.
O valor
do conhecimento também trouxe ânimo novo para a vida de Emília Damiana do
Carmo, aluna do ‘Sim, Eu Posso!’ aos 48 anos de idade. “Já estou lendo um
pouquinho e isso mudou muitas coisas na minha vida. A gente se diverte mais
porque a gente está aprendendo, então eu estou achando muito bom”, disse a
aluna dos círculos de cultura de Aldeias Altas.
Justiça
social
Para o
secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, o programa de combate ao
analfabetismo também é uma forma de corrigir décadas de descaso do poder
público para com a população mais carente do estado. “Muitos maranhenses ainda
não possuem qualquer nível de alfabetização, pois nunca frequentaram a escola.
São pessoas à margem da sociedade, com oportunidades profissionais e pessoais
negadas. O ‘Sim, Eu Posso!’ vem para transformar a vida dessas pessoas, para
que a gente possa erradicar esta chaga que é o analfabetismo”, declarou
Camarão.
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