JM Cunha Santos
Ao que tudo indica, sem
a oportunidade de lesar os cofres públicos, o grupo Sarney não tem como
sustentar o Império de Comunicações que montou no Estado e através do qual
desencadeou um processo de carnificina ideológica e desconstrução moral de seus
opositores que serviu para mantê-lo no poder durante quase meio século.
O Sistema Mirante da
segunda maior cidade do Estado, Imperatriz, está em greve e isso depois que a
TV Mirante corre risco de fechar em alguns municípios, depois de um processo de
demissão em massa danificou o jornal “O Estado do Maranhão” e repetidoras
ameaçam se retirar do Sistema, o que muitas não fazem apenas em virtude dos
altos picos de audiência da Globo. Os funcionários reclamam do corte do vale
alimentação, denunciam que durante todo o ano de 2015 os salários ficaram
congelados e que o reajuste de 2016 ficou abaixo da inflação. Por conta da
greve, a programação da TV local está suspensa e quase uma centena de
funcionários cruzaram os braços.
Mas ontem uma notícia
postada nas redes sociais serviu para lavar a alma da imprensa maranhense que
quase sempre teve que assistir seu sindicato funcionar a reboque dos patrões.
Os jornalistas tocantinos têm o apoio do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais de Imperatriz e o presidente do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Maranhão, Douglas Cunha, informou que na semana passada o
Sindicato representou na Procuradoria Geral do Trabalho contra o Sistema
Mirante pela falta de reajuste salarial por dois anos e a retirada
desrespeitosa de direitos adquiridos dos trabalhadores jornalistas em suas
empresas o que, segundo o presidente Douglas Cunha, não descarta a
possibilidade de adoção de outras medidas.
Ao que parece, estamos
nos afastando de uma era em que até os salários dos profissionais de imprensa
desse estado era negociado tão-somente em acordo com planilhas de custo
apresentadas e até forjadas pelos patrões e em que demissões aconteciam no dia
a dia, mesmo que por questões políticas e ideológicas, sem nenhuma reação do
sindicato representativo da categoria. Nosso sindicato, hoje, se predispõe a
enfrentar este que é talvez o maior império de comunicação do Norte\Nordeste,
quebrando um ciclo de mais de 40 anos de peleguismo.
Valeu, Douglas Cunha!
Valeu, Douglas, essa é a atitude que se espera de um dirigente sindical comprometido e engajado nas lutas de sua categoria.
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