Esvaem-se, assim, os sonhos dos
corruptos do país de garantir impunidade colocando colegas em cargos chaves do
Congresso, na Procuradoria Geral da República e no Supremo Tribunal Federal.
JM Cunha Santos
Nem faz três dias que eu alertei, aqui
mesmo neste blog, que tinham enfiado Lobão numa camisa de onze varas com essa
eleição para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado - mais um com a
missão de obstruir a Justiça - e a Polícia Federal deslanchou a Operação
Leviatã.
Lobão, com suas propostas
sarno-renânicas (parece nome de doença) de aprovar excrescências como esse novo
projeto de lei de abuso de autoridade destinado a punir juízes que decidam
contra a corrupção, anistia a políticos envolvidos com Caixa 2 e mudanças na
legislação concernente à delação premiada, tornou-se, de um só golpe, o inimigo
público Nº 1 da Justiça brasileira e também da Polícia Federal. Eu disse, no
mesmo artigo, que a PF não ia aceitar ver seu trabalho de anos ser destruído a
golpes de legislação biônica, como sugeriu em entrevista o ex-ministro das
Minas e Energias.
O filho de Lobão, Márcio Lobão, é um dos
principais alvos da Operação Leviatã, que cumpriu mandados expedidos pelo ministro
relator da Lava Jato, Edson Fachin. O inquérito visa gordas propinas pagas na
conta da Usina de Belo Monte e é mais uma consequência da delação de Sérgio
Machado, o homem da Transpetro que acusou José Sarney de receber propinas que
alcançam R$ 18 milhões. E ainda falta Angra 3.
A presença de Lobão na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado é decorrência do apoio de Sarney e de Renan
Calheiros que, por sua vez, responde a 12 inquéritos no Supremo Tribunal
Federal.
Ao que parece, os corruptos do Brasil
não querem se convencer de que não podem mais manipular, destratar e desfazer
da Justiça brasileira. Às declarações bombásticas de Lobão depois que assumiu a
CCJ, sucederam-se dois fatos surpreendentes e muito rápidos: os mandados de
busca e apreensão do ministro do STF que redundaram na Operação Leviatã e
alcançaram o senador e seu filho Márcio Lobão e a decisão de procuradores
gerais de 11 países, incluindo o Brasil, de agir em conjunto nas investigações
dos crimes da Odebrecht e do que chamam “Caso Lava Jato”. Coincidência? Nem
aqui, nem na China. Esvaem-se, assim, os sonhos dos corruptos deste país de
ganhar impunidade colocando colegas em cargos chaves do Congresso, na
Procuradoria Geral da República e no Supremo Tribunal Federal.
Lobão está no olho desse furacão. Ou sai
daí ou o vento leva.
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