Além do senador, são
alvos a irmã dele, Andrea Neves, e Altair Alves, apontado como braço direito de
Cunha. Operação teve início após a delação do dono da JBS, que entregou uma
gravação de Aécio pedindo a ele R$ 2 milhões.
Por G1 Rio
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público
Federal realizam operação da força-tarefa da Lava Jato desde o início da manhã
desta quinta-feira (18), no Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal, com
autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), estão sendo cumpridos mandados
de busca a apreensão nos apartamentos de pelo menos três alvos: o senador Aécio
Neves; a irmã dele, Andrea Neves; e Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço
direito do deputado Eduardo Cunha.
Por volta das 6h15, pelo menos 5 carros
descaracterizados da Polícia Federal chegaram à chapelaria do Congresso, em
Brasília, que é a principal entrada e a mais utilizada pelos parlamentares. No
Congresso, as buscas são feitas nos gabinetes de Aécio, do também senador Zeze
Perrella (PMDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Um procurador da República foi preso e há mandado
de prisão contra o advogado Willer Tomaz, que é ligado a Eduardo Cunha.
Equipes começaram a deixar a sede da PF, na Zona
Portuária do Rio, por volta das 5h30. Os carros com agentes foram par três
endereços: em Ipanema, na casa de Aécio; em Copacabana, onde a irmã tem
apartamento; e na Tijuca, casa de Altair.
Em Ipanema, um chaveiro foi chamado para auxiliar o
trabalho dos agentes, já que ninguém foi encontrado para abrir a porta no
apartamento de Aécio. O senador já responde a seis inquéritos no Supremo
Tribunal Federal. Por volta das 6h25, os agentes conseguiram entrar no
apartamento após acionar um chaveiro para abrir a porta. O funcionário de um
hotel que fica ao lado do edifício foi chamado para servir de testemunha.
O G1 tentou ligar
para uma assessora de Aécio Neves, mas o telefone estava desligado.
Pouco antes das 6h, os agentes chegaram na casa de
Altair, na Rua Conselheiro Olegário, número 20, na Grande Tijuca, Zona Norte do
Rio. Os policiais pretendem cumprir mandado de busca e apreensão no local.
Altair já trabalhou no gabinete do ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha e também no gabinete de outros deputados ligados ao
ex-presidente da Câmara. Ele já foi apontado por Fernando Baiano por ser o
responsável por transportar propinas para Cunha. Os agentes também chamaram um
chaveiro para abrir a porta do imóvel, mas até as 7h ainda não havia
informações se os agentes encontraram alguém no imóvel.
Delação da JBS
A operação teria tido início após a delação do dono
do frigorífico JBS, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral da
República (PGR) uma gravação do senador Aécio Neves pedindo a ele
R$ 2 milhões. No áudio, com duração de cerca de 30 minutos, o
presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da quantia
para pagar sua defesa na Lava Jato. A informação foi divulgada pelo jornal
"O Globo" na quarta-feira (17).
A entrega do dinheiro foi feita a Frederico Pacheco
de Medeiros, primo de Aécio, que foi diretor da Companhia Energética de Minas
Gerais (Cemig), nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a
presidente em 2014.
Em nota, a assessoria de imprensa de Aécio Neves afirmou
que o senador "está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os
seus atos".
"No que se refere à relação com o senhor
Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o
setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para
prestar todos os esclarecimentos necessários", diz o texto.
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