Em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (16), o governador Flávio
Dino defendeu a criação da Guarda Nacional, com 10 mil integrantes, para
reduzir a criminalidade no país. Para ele, essa medida é muito mais eficiente
do que simplesmente endurecer penas.
“O criminoso não vai consultar o Código Penal para calcular a pena [dos
crimes que vai cometer], isso não resolve o problema”, afirmou Flávio Dino.
Uma das prioridades anunciadas pelo Ministério da Justiça, sob comando
de Sergio Moro, é justamente um pacote para endurecer as penas. O governador
avalia que isso não resolve. “Não podemos achar que apenas mudar a lei vai
garantir a redução da criminalidade. A questão central é gestão”, disse.
Flávio deu o exemplo do Ceará, que tem cerca de 19 mil policiais e
recebeu algumas poucas centenas de profissionais da Força Nacional de Segurança
para enfrentar os ataques criminosos que o Estado vem sofrendo. “É uma gota no
oceano.”
“Eu defendo a criação da Guarda Nacional, como existe no Canadá, por
exemplo. Seriam 10 mil integrantes para ajudar de verdade os Estados em momento
de crise e para dar conta do que a Polícia Federal e as Forças Armadas não
podem ou não querem fazer”, acrescentou o governador.
De acordo com ele, é possível diminuir o efetivo das Forças Armadas, já
que não há nenhuma perspectiva de guerra com países vizinhos. “Podemos reduzir
gastos com isso e criar a Guarda Nacional. Aí, sim, ajudaria efetivamente os
Estados.”
Flávio também frisou que é preciso dar atenção ao Sistema Único e ao
Fundo de Segurança Pública, regulamentados em 2018. Esses recursos poderiam ser
usados para melhorar a segurança nas fronteiras.
“Em vez de demagogia e coisas puramente retóricas, é preciso cuidar dos
problemas reais”, resumiu o governador.
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