terça-feira, 3 de novembro de 2009

Prémio Goncourt atribuído a Marie NDiaye
Diário de notícias Lisboa

A autora de 'Trois Femmes Puissantes', o livro distinguido, é filha de pai senegalês e mãe francesa

0 Goncourt, o mais prestigiado prémio literário francês, foi ontem atribuído à escritora Marie N'Diaye, filha de pai senegalês e mãe francesa, pelo livro Trois Femmes Puissantes, a história de três destinos femininos divididos entre a França e a África.

NDiaye, de 42 anos, é a primeira mulher a ganhar o Goncourt desde 1998 e é a autora de cerca de 20 romances e antologias. A escritora, muito crítica da França de Nicolas Sarkozy, que classifica de "monstruosa", instalou-se em Berlim após as eleições presidenciais de 2007 com o marido, o também romanc ista Jean-Yves Cendrey.

Falando ontem à imprensa em Paris, NDiaye disse estar "muito contente por ter sido uma mulher a receber o Prémio Goncourt. Já tinha havido uma espécie de milagre com o sucesso alcançado pelo livro, e agora vem este prémio inesperado. É também o coroar e a recompensa de 25 anos de escrita".

A escritora havia já ganho o Prémio Femina em 2001, com o livro Rosie Carpe.

Publicado pela Gallimard, Trois Femmes Puissantes centra-se nas personagens de Norah, uma advogada parisie nse que vai visitar o pai a Dakar, apesar de não se dar bem com ele; de Fanta, que deixa o seu Senegal natal para ir com o marido para França, mas não consegue adaptar-se ao novo país; e de Khady, uma jovem viúva que erra sem esperança entre a Europa e a África.

Outros dos principais prémios literários franceses, o Renaudot, foi também ontem atribuído. O vencedor foi o escritor e crítico literário Frédéric Beigdbeder, por Un Roman Français, um livro de memórias de infância na França rural, editado pela Grasset.

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