PF prende 9 e procura prefeito e
primeira-dama de Barra do Corda
POR OSWALDO VIVIANI
O prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o “Nenzim” (PV), 71 anos, e sua mulher Francisca Teles de Sousa, a “Santinha”, estão sendo procurados pela Polícia Federal (PF), que desencadeou na manhã de hoje (3) a “Operação Astiages”, com o objetivo de prender temporariamente (5 dias) 12 pessoas por desvio e apropriação de recursos públicos, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e formação de quadrilha.
Até o início da tarde, já haviam sido presas nove pessoas. Além de “Nenzim” e da primeira-dama, está foragido João Batista Magalhães, que seria “lobista” da prefeitura e ex-assessor do vice-governador do Maranhão, Washington Luiz Oliveira (PT).
O delegado Vitor Fernandes, que chefia o grupo de repressão a crimes financeiros e lavagem de dinheiro (GRFIN) da PF-MA, informou, em entrevista coletiva concedida na manhã de hoje, na sede do órgão, que apenas duas pessoas envolvidas nos desvios – a PF não informou os nomes – sangraram os cofres públicos em aproximadamente R$ 50 milhões.
Entre os presos pela PF, estão Pedro Alberto Teles de Sousa (filho de “Nenzim” e secretário de Finanças de Barra do Corda) e Sandra Maria Teles de Sousa (filha de “Nenzim”). Um genro do prefeito (Inamar Araújo Medeiros) e uma nora (Janaína Maria Simões de Sousa) também foram presos.
Fora do “núcleo familiar” de “Nenzim”, foram detidos: Moacir Mariano da Silva (“laranja”); Luís Marques de Sousa, o “Luizinho da Cemar” (“laranja”); Quintino Gomes da Silva, o “Peba” (“laranja”); Gilson da Silva Oliveira (“laranja”) e José Alcivan da Silva (“laranja”).
Participam da “Operação Astiages” 100 policiais federais do Maranhão, Piauí e Brasília. Além dos 12 mandados de prisão, estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Até o início da tarde de hoje (3), já haviam sido apreendidos um avião bimotor, prefixo PT-EYW, e um helicóptero, além de carros e relógios de luxo.
Desde que circularam rumores de que uma operação da PF aconteceria em Barra do Corda (a 459 km de São Luís, na região central do Maranhão), o prefeito “Nenzim” – que é pai do deputado estadual governista Rigo Teles (PV) – e sua mulher estavam em endereço incerto.
"O crime principal do prefeito é o de lavagem de dinheiro. Ele não tem como explicar sua evolução patrimonial gigantesca em tão pouco tempo", afirmou o superintendente em exercício da PF no Maranhão, Eugênio Ricas.
Se condenados pela pena máxima prevista por todos os crimes pelos quais são acusados, cada um dos integrantes da organização criminosa agora desbaratada pode pegar até 30 anos de prisão.
A “Operação Astiages” recebeu esse nome em referência a um rei da Média-Pérsia que governou de 585-550. “Astiages”, em grego, significa “destruidor de muralhas”, mas em babilônio quer dizer “saqueador de cidades”.
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