segunda-feira, 11 de abril de 2011

MORTES NA CASA DO POETA

(Para que se desarme o Brasil)
JM Cunha Santos


No Realengo,

na Casa do Poeta,

Serão encontradas vivas

12 crianças mortas

Ou porque houve um choque no sol

E a luz das mentes se estilhaçou contra as coisas



No Realengo,

na Casa do Poeta,

12 crianças mortas

serão encontradas vivas

Porque não estavam lá

nem o Pacificador,

nem o Profeta

e de entre os dedos de Deus

escorreram nuvens sacrificadas

e sentiram todos que era urgente

encontrar o fazedor de sol



No Realengo,

12 crianças

que não estão vivas

nem estão mortas

ensinaram ao mundo

que uma arma

seja de fogo ou de arminho

seja de aço ou de pétalas

nunca conseguirá sorrir...



...é só quando falta luz na carne humana

quando não há mais pássaros na boca

quando se apaga a canção definitiva

quando se perde o palhaço louco

que uma criança deve morrer

Fora disso,

devem todas as crianças

viver e resistir

em Casas de Poetas...

2 comentários:

  1. Você é um grande poeta, Cunha Santos parabéns pelo trabalho que se destaca no cenário jornalístico e poético, abraço do seu colega André Gomes

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, André. Essa violência toda me desilude.

    ResponderExcluir