JM Cunha Santos
Trata-se de afronta à população, desrespeito à sociedade, a insistência grotesca com que o governo do Estado insiste em protelar o julgamento de Roseana Sarney e Washington Oliveira pelos crimes de abuso de poder político e econômico. A presunção de inocência é uma coisa, o se achar acima das leis é outra bem diferente.
Vou lembrar o poeta alemão Henrich Heine em “Pensamentos e idéias”:
... “Eu tenho uma mentalidade pacífica. Meus desejos são: uma cabana modesta, telhado de palha, uma boa cama, boa comida, leite e manteiga; em frente à janela, flores; em frente à porta, algumas belas árvores.
“E, se o bom Deus quiser me fazer completamente feliz, me permitirá a alegria de ver seis ou sete de meus inimigos nelas pendurados. De coração comovido eu haverei, antes de suas mortes, de perdoar as iniqüidades que em vida me infligiram – Sim, temos de perdoar nossos inimigos, jamais antes de eles serem enforcados”.
Não há negar que muitas vezes a Justiça tem servido de cão de caça do grupo Sarney. É quase sempre através dela que se projetam as perseguições e emboscadas que isolam a comunidade maranhense de seus direitos e transformam os cardeais do grupo em inimigos do povo. Não pretendemos ir tão longe quanto o poeta Henrich Heine, mas talvez haja uma forma de enfrentar o instinto cinegético dos caçadores no poder, de penetrar esse mundo selvagem e misterioso que é a Justiça desse Estado. Uma bela pisa de cansanção. Quem sabe o contato com as urticáceas, cipós-de-fogo e ervas-de-bicho faça com que respeitem os direitos imanentes do povo do Maranhão.
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