JM Cunha Santos
A deputada Valéria Macedo chamou a atenção na sessão de ontem para um fato arrepiante: desocupados e criminosos estão fazendo ligações para o 192 da Samu solicitando ambulâncias de socorro para doentes que não existem e acidentes que não aconteceram. Essa gente está colocando em risco vidas de pessoas que realmente precisam ser socorridas em virtude do tempo que as ambulâncias gastam atendendo aos trotes criminosos.
A revelação de Valéria Macedo veio em decorrência de um pronunciamento da deputada Eliziane Gama chamando a atenção para o rumoroso caso de um homem que morreu à espera de uma ambulância do Samu no Maranhão. Sobre este caso, que teve repercussão nacional, a deputada Gardênia Castelo explicou que o secretário municipal de Saúde, Gutemberg Araújo suspendeu preventivamente o médico envolvido no assunto e encaminhou ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público. Mas algumas explicações da deputada Valéria Macedo merecem muita atenção. Ela disse que o serviço móvel de urgência e emergência tem um protocolo próprio que o Ministério da Saúde estabeleceu e que há um médico regulador, a autoridade dentro do serviço que faz o pré-atendimento da vítima por telefone e, de acordo com a situação, decide se envia uma ambulância ou uma UTI Móvel. No entanto, as chamadas falsas provocam deslocamento de ambulâncias para locais onde não há ocorrências, retardam o socorro de quem realmente precisa e provocam o encarecimento da manutenção dos veículos e dos aparelhos médicos. Para ser claro: uma falsa chamada pode provocar a morte de quem espera por uma UTI Móvel ou ambulância.
Em alguns municípios 25% das chamadas para o SAMU são trotes. Em São Luís a média é de 1.200 chamadas falsas por mês. Os que fazem tais ligações sabem que matam pessoas e precisam ser detidos. É preciso encontrar esses doentes e enfiar na cadeia. Mas parece que a legislação ainda não prevê punições para esse tipo de crime.
Nenhum comentário:
Postar um comentário