quarta-feira, 3 de abril de 2013

Brutalidade química

JM Cunha Santos

A juventude brasileira consome drogas desatinadamente, engole toda e qualquer substância engarrafada; ingere, sem piedade do corpo e sem nenhum cuidado com a própria alma, toda desgraça química legal e ilegal que lhe chega às mãos. É a realidade estúpida de quem habita entre a fronteira das drogas lícitas e ilícitas - o território desconhecido das viagens mentais, do delírio, das alucinações e a fronteira dos analgésicos e psicotrópicos, drogas medicinais através das quais tentam controlar a escravidão genética e moral de que são vítimas.
Não sou suspeito para falar. A doença do alcoolismo, aliada a doses cavalares de depressão e ansiedade, pode ter inutilizado para sempre uma filha minha. E isso dói para além do limite do que é suportável, do que é possível absorver, compreender, pensar como simples agonia humana. Até que se condene a própria capacidade de sorrir e se alegrar.
Há poucos dias o cantor Chorão, da Banda Charlie Brown Júnior, atravessou a fronteira do anonimato presumido no mundo das drogas para estatelar-se no noticiário nacional e internacional como vítima fatal da brutalidade química que esfarela o país. Morreu depois de engolir o futuro, escravo de sensações supra-humanas, um eleito da metamorfose vulcânica ambulante que desintegra os cérebros jovens do Brasil.
Morreu há dois dias, provavelmente da ingestão de um coquetel fulminante de álcool, ansiolíticos e antidepressivos, o filho do deputado Raimundo Cutrim, uma vítima a mais talvez de um conceito mórbido de liberdade que se traduz em desprezo pela própria vida.
A morte chega aos nossos filhos embrulhada, engarrafada e pode ser comprada nas farmácias, nas prateleiras dos supermercados, nas esquinas escuras das ruas. Minha filha está deitada e talvez deitada permaneça para sempre. A sua é a história de milhões de outros jovens. É uma vítima a mais da brutalidade química que mata a juventude. Eles precisam de ajuda.

2 comentários:

  1. Caro amigo CUNHA SANTOS, tenho acompanhado seus artigos e vejo-os altamente elaborados e num patamar de buscar a realidade das coisas. Este, particularmente trata da morte de um jovem e dos perigos que atravessam nossos filhos e netos. PARABÉNS meu amigo, você, tenho certeza não tocou só a minha alma, mas a de milhares de cidadãos.

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  2. Vou comentar a ultima frase do artigo do Cunha.

    ELES PRECISAM DE AJUDA.

    É VERDADE, NOSSOS JOVENS PRECISAM DE AJUDA. ENTÃO QUE PAREM PARA REFLETIR E RECEBAM A AJUDA QUE VEM DO ALTO: JESUS CRISTO.

    NÃO EXISTE OUTRA SAIDA.
    JESUS LIBERTA.

    NÃO SÓ NOSSOS JOVENS ESTÃO PRECISANDO DE JESUS, MAS TODO SER HUMANO QUE VIVE SOBRE A FACE DESSA TERRA E INSISTE EM PERMANECER NA REBELIÃO.

    OU É JESUS OU É A MORTE.
    ENTÃO QUE SE DECIDAM POR JESUS.


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