sexta-feira, 25 de abril de 2014

DOLEIRO PODE TER SIDO A CAUSA DE ROSEANA NÃO DISPUTAR O SENADO

JM Cunha Santos

 
A prisão do doleiro Alberto Youssef era uma tragédia  anunciada para o governo do Maranhão. Ele pode ser a causa real de Roseana Sarney decidir permanecer no governo até 31 de dezembro, na data que a imprensa consagrou como “Dia do Fico”, 4 de abril.
Alberto Youssef foi preso em São Luís no dia 17 de abril quando suas ligações com o governo estadual já eram mais que evidentes e sob acusação de fazer parte de uma quadrilha responsável pela lavagem de R$ 10 bilhões no Brasil.
O acordo em torno dos precatórios (dívida antiga) pode, na verdade, ser apenas uma das páginas relativas à presença constante do doleiro em São Luís. O montante do acordo foi no valor de 113 milhões, 582 mil, 859 reais e 84 centavos, a serem pagos em 24 prestações de 4 milhões, 723 mil, 619 reais e 16 centavos. E ficaria ainda um saldo de R$ 117 milhões para ser discutido no processo. Significa que a Constran seria paga, mas a dívida do governo com a empresa permaneceria e   continuaria a ser cobrada na Justiça. Uma senhora mamata.
Como amplamente noticiado, o deputado André Vargas, do PT, atuava como uma espécie de lobista do doleiro, exercendo influência no governo, de acordo com relatório da Polícia Federal. Podem vir daí as ligações políticas de Alberto Youssef com o Maranhão.
Outra figuraça do PT acusado de envolvimento com o doleiro é o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, candidato ao governo de São Paulo. Nesse caso, uma empresa que nunca foi laboratório farmacêutico negociou a venda de R$ 150 milhões em remédios para o governo federal. Depois desse escândalo, a candidatura de Alexandre Padilha dificilmente se sustentará como jamais se sustentaria a de Roseana Sarney ao Senado após a descoberta das negociações com o doleiro preso pela Polícia Federal.
No dia 26 de dezembro de 2013, o governo do Maranhão depositou R$ 4,7 milhões na conta da Constran, conforme documento divulgado pela revista Época. Nas datas de 4 de fevereiro e 18 de março fez mais dois depósitos que, juntos, somam 9,4 milhões.
A dívida do Estado com a Constran tem 20 anos, mas o governo que até sob ordem judicial se negou a pagar outros precatórios, criando um mal estar com o Tribunal de Justiça, resolveu quitar a dívida.
A Polícia Federal continua investigando as idas e vindas de Alberto Youssef durante seis meses ao Maranhão.

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