JM
Cunha Santos
A
prisão do doleiro Alberto Youssef era uma tragédia anunciada para o governo do Maranhão. Ele pode
ser a causa real de Roseana Sarney decidir permanecer no governo até 31 de
dezembro, na data que a imprensa consagrou como “Dia do Fico”, 4 de abril.
Alberto
Youssef foi preso em São Luís no dia 17 de abril quando suas ligações com o
governo estadual já eram mais que evidentes e sob acusação de fazer parte de
uma quadrilha responsável pela lavagem de R$ 10 bilhões no Brasil.
O
acordo em torno dos precatórios (dívida antiga) pode, na verdade, ser apenas
uma das páginas relativas à presença constante do doleiro em São Luís. O montante
do acordo foi no valor de 113 milhões, 582 mil, 859 reais e 84 centavos, a serem
pagos em 24 prestações de 4 milhões, 723 mil, 619 reais e 16 centavos. E
ficaria ainda um saldo de R$ 117 milhões para ser discutido no processo.
Significa que a Constran seria paga, mas a dívida do governo com a empresa
permaneceria e continuaria a ser
cobrada na Justiça. Uma senhora mamata.
Como
amplamente noticiado, o deputado André Vargas, do PT, atuava como uma espécie
de lobista do doleiro, exercendo influência no governo, de acordo com relatório
da Polícia Federal. Podem vir daí as ligações políticas de Alberto Youssef com
o Maranhão.
Outra
figuraça do PT acusado de envolvimento com o doleiro é o ex-ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, candidato ao governo de São Paulo. Nesse caso, uma empresa
que nunca foi laboratório farmacêutico negociou a venda de R$ 150 milhões em
remédios para o governo federal. Depois desse escândalo, a candidatura de
Alexandre Padilha dificilmente se sustentará como jamais se sustentaria a de
Roseana Sarney ao Senado após a descoberta das negociações com o doleiro preso
pela Polícia Federal.
No
dia 26 de dezembro de 2013, o governo do Maranhão depositou R$ 4,7 milhões na
conta da Constran, conforme documento divulgado pela revista Época. Nas datas
de 4 de fevereiro e 18 de março fez mais dois depósitos que, juntos, somam 9,4
milhões.
A
dívida do Estado com a Constran tem 20 anos, mas o governo que até sob ordem
judicial se negou a pagar outros precatórios, criando um mal estar com o
Tribunal de Justiça, resolveu quitar a dívida.
A
Polícia Federal continua investigando as idas e vindas de Alberto Youssef
durante seis meses ao Maranhão.
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