Jornalistas
processados, assuntos proibidos em
jornais e programas de rádio, cartas de
leitores não publicadas, telefonemas de ouvintes cortados no ar, repórteres da
Globo atacados. A imprensa do Maranhão se afoga num mar de merda.
JM
Cunha Santos
Só
a imprensa de Sarney é livre hoje no Maranhão. E nem sempre para fazer o que se
possa chamar de jornalismo. Essa aqui é a mais grave crise da imprensa
brasileira desde a ditadura militar. O medo se espalhou. Diretores de jornais
vigiam tudo o que é escrito para evitar processos. Cartas de leitores nunca
foram tão controladas e controladas não por excessos, mas única e exclusivamente
para que não emitam opiniões políticas. Repórteres são limitados nas saídas das
redações e, para não correr riscos, a maioria dos jornais só publica releases
de instituições públicas e cópias da imprensa nacional.
Telefonemas
de ouvintes de rádio AM estão sendo cortados no ar. Diretores reúnem radialistas
em São Luís para contê-los no que respeita a informações e, principalmente,
opiniões sobre fatos do governo e do candidato do governo. Radialistas pedem a
seus ouvintes que colaborem e não façam comentários sobre assuntos determinados.
Por mais incrível que pareça, a censura prévia no Maranhão, hoje, é uma
realidade. E por assunto, não só por uma notícia, o que é bem pior.
As
tentativas de controle da imprensa deixam os limites da capital e se espalham
pelo interior. O ataque a uma equipe de jornalismo do Fantástico em Anapurus é
conseqüência dessa licenciosidade. Os blogs começam a perder a iniciativa das
matérias e preferem apenas repetir o que a imprensa nacional denunciou quando o
fato se refere ao Maranhão. Provavelmente, o aluguel de um prédio de Edinho
Lobão ao governo do Estado só foi noticiado aqui porque o Blog do Noblat
publicou primeiro ou porque o deputado Simplício Araújo impugnou o candidato.
A
imprensa do Maranhão está sendo vigiada e está calando ou dizendo só o que é
permitido. E sem saber o que é permitido. Os sites e portais avaliam primeiro o
que pode acabar em processo e condenação antes de publicar. A imprensa do
Maranhão se afoga num mar de merda. O mar de merda da tirania, da censura, da
auto-censura e da censura prévia.
Estamos
sitiados por escritórios de advocacia, pareceres do Ministério Público e
decisões judiciais. A aceitar essa situação, é melhor que os jornais fechem, que
as emissoras de rádio calem os microfones, que os blogs, sites e portais
emudeçam, que se trave a internet e as redes sociais. Não se trata mais de uma
ameaça a este ou aquele jornalista. A lei da mordaça está aqui, o ferrolho na
boca, o terror político praticado contra a liberdade de expressão.
Só
falta que nos proíbam de pensar.
O
quer vamos fazer?
Se falou no nome da fera, eis o estudo do perfil do elemento:
ResponderExcluirO Maranhão é o único lugar no mundo onde existe defensor desse tipo de político sem escrúpulo, cujo hábitos não segue regras determinadas. Se vangloria dos feitos como se fosse o autor, só aquir tem defensores que come em pé na sua cozinha. No Brasil não se ver um elogio sequer para essa figura estilo barroco. Sarney é seguidor de um maquiavelismo banal, considerado como negação da lei moral…