domingo, 20 de julho de 2014

TERROR NA POLÍTICA DO MARANHÃO. SÓ A IMPRENSA DE SARNEY É LIVRE

Jornalistas  processados, assuntos proibidos em jornais e  programas de rádio, cartas de leitores não publicadas, telefonemas de ouvintes cortados no ar, repórteres da Globo atacados. A imprensa do Maranhão se afoga num mar de merda.

JM Cunha Santos

 
Só a imprensa de Sarney é livre hoje no Maranhão. E nem sempre para fazer o que se possa chamar de jornalismo. Essa aqui é a mais grave crise da imprensa brasileira desde a ditadura militar. O medo se espalhou. Diretores de jornais vigiam tudo o que é escrito para evitar processos. Cartas de leitores nunca foram tão controladas e controladas não por excessos, mas única e exclusivamente para que não emitam opiniões políticas. Repórteres são limitados nas saídas das redações e, para não correr riscos, a maioria dos jornais só publica releases de instituições públicas e cópias da imprensa nacional.
Telefonemas de ouvintes de rádio AM estão sendo cortados no ar. Diretores reúnem radialistas em São Luís para contê-los no que respeita a informações e, principalmente, opiniões sobre fatos do governo e do candidato do governo. Radialistas pedem a seus ouvintes que colaborem e não façam comentários sobre assuntos determinados. Por mais incrível que pareça, a censura prévia no Maranhão, hoje, é uma realidade. E por assunto, não só por uma notícia, o que é bem pior.
As tentativas de controle da imprensa deixam os limites da capital e se espalham pelo interior. O ataque a uma equipe de jornalismo do Fantástico em Anapurus é conseqüência dessa licenciosidade. Os blogs começam a perder a iniciativa das matérias e preferem apenas repetir o que a imprensa nacional denunciou quando o fato se refere ao Maranhão. Provavelmente, o aluguel de um prédio de Edinho Lobão ao governo do Estado só foi noticiado aqui porque o Blog do Noblat publicou primeiro ou porque o deputado Simplício Araújo impugnou o candidato.
A imprensa do Maranhão está sendo vigiada e está calando ou dizendo só o que é permitido. E sem saber o que é permitido. Os sites e portais avaliam primeiro o que pode acabar em processo e condenação antes de publicar. A imprensa do Maranhão se afoga num mar de merda. O mar de merda da tirania, da censura, da auto-censura e da censura prévia.
Estamos sitiados por escritórios de advocacia, pareceres do Ministério Público e decisões judiciais. A aceitar essa situação, é melhor que os jornais fechem, que as emissoras de rádio calem os microfones, que os blogs, sites e portais emudeçam, que se trave a internet e as redes sociais. Não se trata mais de uma ameaça a este ou aquele jornalista. A lei da mordaça está aqui, o ferrolho na boca, o terror político praticado contra a liberdade de expressão.
Só falta que nos proíbam de pensar.
O quer vamos fazer?

Um comentário:

  1. Se falou no nome da fera, eis o estudo do perfil do elemento:
    O Maranhão é o único lugar no mundo onde existe defensor desse tipo de político sem escrúpulo, cujo hábitos não segue regras determinadas. Se vangloria dos feitos como se fosse o autor, só aquir tem defensores que come em pé na sua cozinha. No Brasil não se ver um elogio sequer para essa figura estilo barroco. Sarney é seguidor de um maquiavelismo banal, considerado como negação da lei moral…

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