Editorial
JP, 5 de agosto
Um dado impressionante foi deixado pela deputada Gardênia Castelo quando do lançamento de sua candidatura e da do ex-prefeito João Castelo no auditório do Hotel Luzeiros, em São Luís: a cada duas horas uma mulher é morta, espancada ou desfigurada no Brasil. Provavelmente algumas pessoas já sabem disso, mas no auditório tomado em sua maioria por Senhoras, a declaração provocou um silêncio que nos leva a refletir sobre a própria condição humana, sobre a condição feminina e sobre a desagregação familiar.
Um dado impressionante foi deixado pela deputada Gardênia Castelo quando do lançamento de sua candidatura e da do ex-prefeito João Castelo no auditório do Hotel Luzeiros, em São Luís: a cada duas horas uma mulher é morta, espancada ou desfigurada no Brasil. Provavelmente algumas pessoas já sabem disso, mas no auditório tomado em sua maioria por Senhoras, a declaração provocou um silêncio que nos leva a refletir sobre a própria condição humana, sobre a condição feminina e sobre a desagregação familiar.
A
deputada criticou com muita convicção o descaso do poder público para com esse
tipo de violência. E essa foi a principal verdade a intimidar todos os
presentes. Recursos de todos os tipos, inclusive a Lei Maria da Penha,
inclusive delegacias especializadas, já foram colocados pela sociedade à
disposição das autoridades na tentativa de conter o crescimento dessa covardia
inominável que, mais que em qualquer lugar, está dentro dos lares, no seio da
família brasileira. Mas são recursos que, pelo menos por enquanto, têm se
revelado insatisfatórios e precisamos saber porquê.
Em
geral, essa é uma questão que só vem à tona quando se comemora o Dia
Internacional da Mulher e os parlamentos e associações comunitárias abrem
espaço para esse debate, como, aliás, faz todos os anos a Assembléia
Legislativa do Maranhão. Mas essa violência denota a ausência de saúde
familiar, denota desagregação e falta de Deus e amor no espírito dos homens.
Seria
de bom alvitre aproveitar esse espaço da campanha política para trazer para
dentro do seio da família esse debate. Com todas as suas nuances, com dados
terríveis como esse, com soluções apontadas, com as razões do fracasso das
autoridades no trato da violência contra a mulher.
A
desagregação social imposta por todos os vícios de comportamento reflete
diretamente nos lares brasileiros. E se estamos certos de que a violência das
ruas, a violência das prisões, a violência política, estarão no centro do
debate político que se há de travar no Maranhão e no Brasil, a proposta da
deputada Gardênia Castelo de iniciar sua campanha trazendo para o centro das
discussões as vítimas primeiras dessa desagregação, merece ser encampada como
sinal de alerta dos próprios partidos políticos.
É
uma forma de disseminar nossa preocupação e protestar contra a violência e a
violência de gênero. Repita-se, pois, à exaustão, para que toda a sociedade
tome conhecimento do que realmente acontece, que a cada duas horas uma mulher é
morta, espancada ou desfigurada no Brasil. E não cobrem apenas campanhas
alegres e propositivas que escondam realidades tão duras como essa. É nosso
direito e dever proteger nossas mães, esposas e filhas, para além de qualquer
outra conquista ou alegria que o exercício da política possa proporcionar.
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