A Justiça suspendeu o
pagamento do precatório e desmentiu declaração de Roseana ao Jornal Nacional. Parece
que, de repente, todos estão começando a achar melhor manter distância do
governo do Maranhão.
JM
Cunha Santos
O
Tribunal de Justiça do Maranhão deu, ontem, um sinal muito sério do quanto é
grave a situação da governadora Roseana Sarney diante do inquérito que apura o
esquema de propinas desvendado pela Polícia Federal e denunciado pela Rede
Globo. Ao emitir nota desmentindo a existência de uma decisão judicial mandando
pagar o precatório da Constran, o TJ está revelando o perigo que ronda o
governo do Estado, está se eximindo de qualquer tipo de presença nesse
degradante episódio de suborno e corrupção.
Porque,
sinceramente, era desnecessário e foi cruel desmentir exatamente nessa hora, a
não ser para se resguardar e resguardar a própria dignidade da Justiça. É o
famoso “te vira”, o repetido “me tira dessa” que homens do povo costumam usar
quando lhes solicitam ajuda em situações perigosas.
Esse
blog listou os crimes contra a administração pública que podem estar penalmente
tipificados nessa aventura insidiosa do governo do Maranhão. Uma aventura que
lembra bem o caso Lunus e a candidata que virou picolé. Com a agravante de que
há testemunhas na prisão, oferecendo-se ao regime de delação premiada e
dispostas a revelar o que for preciso para sair da cadeia ou reduzir a pena.
Inclusive, e principalmente, o doleiro Alberto Youssef.
O
rito processual é uma coisa complicada, do conhecimento apenas dos operadores
do Direito. Eles sabem o que está acontecendo, o risco que correm João Abreu, João
Bringel, Maria das Graças Cutrim, Helena Haickel e a própria governadora do
Maranhão.
Roseana
Sarney estava quase chorando diante das câmeras do Jornal Nacional quando
disse: “Nós só fizemos o que a Justiça mandou, com a anuência do Ministério
Público. E decisão judicial não se discute, se cumpre”.
Cumpre-se.
E uma ação proposta por deputados desde maio – e já lá se vão 5 longos meses – de
fazer cessar o pagamento do precatório da Constran, ganhou decisão imediata na
1 Vara da Fazenda Pública, no dia seguinte à divulgação na Globo do famigerado
esquema de corrupção. Decisão contra o governo, decisão contra a Constran.
Como
cristãos às arenas de Roma, Roseana Sarney está sendo atirada aos leões pela
instituição mais autorizada a restabelecer a verdade sobre o suborno filmado no
Hotel Luzeiros: a Justiça do Estado do Maranhão. Não existe decisão judicial
nenhuma, não existe defesa, a imprensa nacional está acompanhando o caso e a
qualquer hora vai ter acesso ao depoimento do próprio doleiro que só veio...
tirar férias no Maranhão.
Roseana
está sozinha, talvez apenas na companhia dos pais, alguns poucos deputados e
dos secretários envolvidos. Nem seu candidato, Edinho Lobão, disse até agora
qualquer frase ou palavra em sua defesa.
Parece
que, de repente, todos começam a achar melhor manter distância do governo do
Maranhão.
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